A Galp e a Eni tinham até dia 15 de janeiro para realizar o furo exploratório no Alentejo, mas optaram por desistir do projeto.
Carlos Gomes da Silva, presidente da Galp Energia, revelou esta segunda-feira que a empresa vai desistir do projeto petrolífero na costa alentejana.
“Em relação a Portugal, tomámos a decisão de abandonar” o projeto de exploração petrolífera, anunciou o líder da Galp, na conferência telefónica com analistas que se seguiu à apresentação das contas do terceiro trimestre (um resultado líquido de 598 milhões de euros, em alta de 54% face ao período homólogo), adianta o Público.
Numa nota às redações, a petrolífera reforçou a desistência. “A Galp e a Eni tomaram a decisão de abandonar o projeto de exploração de fronteira na bacia do Alentejo.”
“Apesar de lamentarmos a impossibilidade de avaliar o potencial de recursos offshore do país, as condições existentes tornaram objetivamente impossível prosseguir as atividades de exploração, explicou a Galp. No consórcio liderado pela italiana Eni, a empresa tinha uma participação de 30%.
Ambas as empresas tinham até 15 de janeiro para realizar o primeiro furo exploratório, a cerca de 48 quilómetros ao largo de Aljezur, sem incorrer no incumprimento contratual com o Estado e sem arriscarem perder a garantia bancária referente à caução.
No entanto, foi a providência cautelar interposta pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo para suspender o processo que tornou inviável o cumprimento dos prazos, num processo muito atribulado e com vários pedidos de prorrogação.
Ambientalistas e autarquias da região opuseram-se desde cedo à prospeção ao largo de Aljezur, nomeadamente a autarquia de Odemira, que recorreu para os tribunais. O PCP e o Bloco de Esquerda também eram contra a exploração.