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Se não gosta de ouvir galos a cantar, não visite a vila espanhola de Ribadesella

molisantaelena / Flickr

Vila espanhola de Ribadesella

A vila espanhola de Ribadesella, nas Astúrias, está cheia de cartazes que alertam os turistas que não são fãs da vida rural de que “podem não estar no lugar certo”.

Há turistas que não gostam do zurro dos burros; outros que ligam para as autoridades para se queixarem da confusão deixada para trás quando as vacas passam. “Na semana passada, uma senhora ligou-nos três ou quatro vezes por causa de um galo que a estava a acordar às 5 da manhã”, contou o autarca Ramón Canal, citado pelo The Guardian.

As autoridades da vila espanhola decidiram entrar em ação e fazer alguma coisa para resolver o problema. Mas não era exatamente aquilo que os visitantes estavam à espera: cartazes espalhados por Ribadesella que instam os turistas a “assumir todos os riscos” da vida rural.

“Aqui temos sinos de igreja que tocam regularmente, galos que cantam de manhã cedo e rebanhos de gado que vivem nas proximidades e que, muitas vezes, carregam sinos que também fazem barulho”, lê-se no cartaz.

“Se não consegue lidar com tudo isso, pode não estar no lugar certo.”

De acordo com o diário britânico, o objetivo da campanha é colmatar a lacuna de conhecimento que existe entre a vida urbana e rural. “É preciso perceber que o leite não vem em caixas de cartão, vem de vacas, e que é preciso alimentá-las e mantê-las“, disse o presidente da Câmara à emissora espanhola Antena 3.

Os cartazes foram inspirados numa iniciativa do género que Saint-André-de-Valborgne, no sul de França, adotou há cerca de dois anos.

Em maio, ficou conhecido o caso de Karin Pfeifer-Rockenfeller, uma agricultora alemã que está a lutar pelo direito de o seu galo cantar, num processo judicial que reforçou os apelos para que os sons da vida rural sejam protegidos como património nacional.

Também há dois anos, os donos de uma casa de férias na ilha francesa de Oléron queixaram-se de que o galo Maurice cantava cedo demais. Mas o tribunal decidiu que o “símbolo da França rural” pode cantar quando lhe apetecer.

Liliana Malainho, ZAP //

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