Uma antiga investigadora, que agora dedica a sua vida à religião, diz ter descoberto notas escritas pelo autor do grande clássico da literatura italiana “Divina Comédia”.
Dante Alighieri é o maior poeta da língua italiana e autor da obra literária mais importante do país, a “Divina Comédia”. Apesar disso, durante séculos nunca ninguém viu uma amostra da sua caligrafia.
Agora, conta o jornal The Times, uma antiga investigadora diz ter “tropeçado” na sua obra escrita à mão. Escondidos em duas bibliotecas localizadas em Florença e no Vaticano, os manuscritos datam dos dias de estudante do poeta, no final do século XIII, quando copiava obras sobre a arte do Governo ditadas pelo seu professor, Brunetto Latino, que foi também um filósofo, escritor e político italiano.
A descoberta foi feita por Julia Bolton Holloway, ex-professora de estudos medievais da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, depois de se tornar freira e passar um tempo isolada na Toscana.
Holloway disse que a escrita era “como a de um jovem aluno”, mas com um excelente Toscano, o que “dá uma visão sobre o seu génio”. Os manuscritos também dão algumas luzes sobre a “Divina Comédia”, incluindo ideias que mais tarde aparecem naquela que é a sua obra-prima.
Este poema, dividido em três partes, foi acabado em 1320, um ano antes da morte de Dante, e é uma visão imaginária da vida após a morte representada pela Igreja.
“Dante relata que Latino foi seu professor, mas ele criticou e prejudicou o seu trabalho e, como resultado, acabou esquecido. Talvez fosse precisa uma mulher para lhe prestar mais atenção”, disse Holloway, citada pelo jornal Daily Mail.
Latino foi o tutor de Dante depois da morte do seu pai e acredita-se que havia um laço intelectual e afetivo entre o idoso e o jovem poeta. Segundo este jornal inglês, várias personagens do Inferno de Dante, a primeira parte da sua obra, também são mencionadas em documentos escritos por Latino.
Em fevereiro, recorde-se, um descendente do autor italiano anunciou que ia pedir em tribunal a sua ilibação de uma condenação à morte há mais de 700 anos, por considerar que o julgamento foi “puramente político”.