O presidente do Terceira Basket Club, da principal Liga de Basquetebol, e um empresário de viagens foram detidos no âmbito de uma investigação em torno de suspeitas de burla com viagens dos Açores para o Continente, que pode ter lesado o Estado em meio milhão de euros.
Em causa está o Subsídio Social de Mobilidade que determina que os residentes nos Açores paguem, no máximo, 134 euros por cada viagem ao Continente. Quando as viagens ultrapassam aquele valor, é o Estado que suporta a diferença.
O esquema investigado pela Polícia Judiciária (PJ) que levou à detenção do presidente do Terceira Basket, Vítor Soares, passava pela inflação do preço dos bilhetes, o que aumentava a diferença a pagar pelo Estado. Os suspeitos dividiam o lucro, conforme destaca o Jornal de Notícias (JN).
As suspeitas apontam para uma fraude de mais de 300 mil euros só nos últimos dois anos, como refere o Correio da Manhã. Mas a burla pode chegar ao meio milhão de euros, de acordo com o JN.
Além de Vítor Soares e do agente de viagens, são ainda arguidos um outro dirigente do Terceira Basket, a mulher do agente de viagens e a agência que tem sede em Aveiro, de acordo com a mesma fonte.
A investigação terá sido despoletada por uma denúncia anónima que visava directamente o Terceira Basket que é sétimo na Liga de Basquetebol e que, estando entre os principais emblemas do campeonato, viaja com regularidade para o Continente.
Mas a PJ suspeita que o esquema seria também usado por outros clubes açorianos que costumam recorrer à mesma agência de viagens, nomeadamente o Santa Clara da Primeira Liga de futebol.