“Fraude da idade”, o esquema que se está a espalhar por adolescentes que andam de mota

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calvinwest.com / wikimedia

Jovens holandeses não colocam o seu nome como tomador do seguro; fica mais barato. Geralmente, é a mãe ou o pai que aparece no contrato.

O esquema tem a designação fronting. Em português podemos traduzir como “fraude por fachada”. Ou seja, alguém que aparece “à frente”, mas não é a pessoa em causa.

Costuma ser um termo utilizado para descrever uma pessoa, ou grupo, utiliza outra para realizar transacções ou actividades ilegais; esconde assim a sua própria identidade ou a da sua organização.

É uma pessoa, ou uma empresa, que realiza transacções em nome de outra pessoa ou organização, com o objectivo de esconder a identidade real do beneficiário ou a fonte dos fundos.

Aqui não é bem uma actividade ilegal, não estão em causa desvios de dinheiro. Mas é, no mínimo, duvidoso: é andar de mota com um seguro que não está no nome de quem está a conduzir.

Nos Países Baixos, este esquema está a espalhar-se entre os adolescentes: compram uma mota, têm um seguro (até aí, tudo normal). Mas o nome que aparece no contrato não é o do adolescente. É da mãe, ou do pai.

E esse sistema está a ser cada vez mais frequente. O alerta foi dado nesta segunda-feira, num comunicado de imprensa emitido pela Univé, que lhe chama “fraude da idade”.

Só ao longo dos cinco primeiros meses deste ano, 20% dos pedidos de novos seguros foram feitos com este esquema, nos Países Baixos.

A maioria destes casos regista-se em jovens de 16 anos que conduzem Vespa (52% do total de contratos). A Univé estima que, até ao final deste ano, mais de metade dos jovens de 16 anos se envolva neste esquema.

Há um motivo para os adolescentes tomarem esta opção: dinheiro. Como são pouco ou nada experientes na estrada, é mais provável causarem um acidente. Por isso, o valor da apólice é mais elevado, o seguro é mais caro.

Ao colocarem a mãe ou o pai (ou irmão mais velho) como tomador do seguro, a apólice fica mais barata.

A seguradora já anunciou que vai tomar medidas mais rigorosas. Até porque “se isto for feito de forma consciente, é tecnicamente uma forma de fraude de seguros“, assinala a Univé, citada no NL Times.

Este “problema amplo de mercado”, continua a seguradora (que não é a única afectada), vai ser combatido: o valor do seguro já subiu para 1.000 euros, mas isso não chega – agora a empresa vai começar a excluir da cobertura os danos que, comprovadamente, tenham sido causados ​​por um condutor jovem e que não esteja registado como condutor na seguradora. Esses danos ficam excluídos por completo do contrato.

ZAP //

1 Comment

  1. As seguradoras querem tudo e têm de ganhar sempre!!… Infelizmente!
    Já que está regulamentado ser obrigatório, então que seja regulamentado no sentido de terem tectos máximos de valor/custo!

    Cá, ou lá, com 16 anos, é-se menor e com a necessidade de estudar e sem trabalho, dificilmente serão os jovens a pagar os seus próprios seguros… ou seja, são os pais/tutores. Se são eles a pagar, porque não serem os tomadores? (ainda que não como condutores habituais)

    Se deixam os seguros inacessíveis, ou os jovens não podem ter moto e recorrem aos pais, sendo que assim, a seguradora faz seguros para menos veículos, ou então, facilitam as coisas e reduzem valores e passam a fazer seguros para muito mais motos!

    Se querem extorquir tudo, já que é obrigatório, então a malta, quando se fartar de ser pisada, pode perfeitamente juntar-se e a cada ano escolher, à vez, uma seguradora para ser excluída… rodando por todas…, Queria ver as seguradoras a aguentarem os prejuízos durante um ano sem contractos… e depois a do lado… e assim sucessivamente…

    Tem de haver equilíbrio e decência! Principalmente de quem está numa posição de força… Ganhem o que for justo, mas não exijam mais!

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