/

França entra na terceira vaga com testes autónomos. Primeiro-ministro quer tomar vacina da AstraZeneca

Ian Langsdon / EPA

O primeiro-ministro francês, Jean Castex

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, declarou na terça-feira que o país está a entrar “numa forma de terceira vaga”, ao mesmo tempo que as autoridades sanitárias gaulesas aprovaram a possibilidade de as pessoas realizarem os seus próprios testes.

“Estamos no que parece ser uma forma de terceira vaga, caracterizada por numerosas variantes”, disse o primeiro-ministro na Assembleia Nacional, citado pela agência Lusa. Esta afirmação surge quase um ano após o início do primeiro confinamento no país e numa altura em que a tensão nos hospitais está a aumentar, especialmente na região de Paris.

Havia na terça-feira 25.492 pessoas internadas devido à covid-19 em França e 4.329 estão nos cuidados intensivos, mais 435 do que na véspera.

De forma a acelerar o diagnóstico, as autoridades sanitárias aprovaram na terça-feira os testes realizados autonomamente para serem utilizados por pessoas sem sintomas e com mais de 15 anos. A amostra nasal é menos profunda, os resultados são dados entre 20 a 30 minutos e funciona como um teste de gravidez.

Em Paris, avançou na terça-feira o Público, as autoridades de saúde alertaram que a cada 12 minutos um novo paciente infetado dá entrada nas unidades de cuidados intensivos. As cirurgias não urgentes já começaram a ser canceladas e doentes estão a ser transferidos para unidades noutras zonas do país.

O Governo está a tentar não apertar as restrições mas alertou que são necessárias “novas decisões” para contrariar o aumento dos contágios, garantiu o Presidente Emmanuel Macron na segunda-feira.

Castex quer tomar vacina da AstraZeneca

Castex disse ainda na terça-feira que vai receber a vacina da AstraZeneca assim que a sua utilização for novamente autorizada para aumentar a confiança no imunizante cuja administração foi suspensa em vários países europeus, noticiou a Lusa.

A França – tal como a Itália, a Espanha e a Alemanha – suspendeu, na segunda-feira, a administração de vacinas da AstraZeneca enquanto espera que o regulador europeu de medicamentos (EMA) esclareça quaisquer dúvidas sobre possíveis efeitos secundários.

Aos 55 anos de idade e sem problemas de saúde subjacentes conhecidos, Castex não se encontra entre os grupos prioritários para a vacinação em França, mas, falando à emissora BFM-TV, indicou que quer tomar a vacina da AstraZeneca para dar o exemplo.

“Dado o que está a acontecer, o que acabou de acontecer, com a AstraZeneca, seria sensato que eu fosse vacinado muito rapidamente, assim que a suspensão seja levantada”, disse. Castex acrescentou que queria demonstrar aos seus concidadãos “que a vacinação é a porta de saída desta crise”.

Diversos países europeus, incluindo Portugal, França e Itália, suspenderam a administração da vacina produzida pelo laboratório anglo-sueco devido a eventuais efeitos secundários graves, incluindo dificuldades de coagulação e formação de coágulos (trombose).

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que deverá emitir um parecer definitivo sobre o tema na quinta-feira, referiu estar “firmemente convencida que as vantagens da vacina AstraZeneca na prevenção da covid-19, com o seu risco associado de hospitalização e morte, superam o risco dos seus efeitos secundários”.

Islândia abre a viajantes com certificados de vacina

A Islândia anunciou na terça-feira que vai permitir a entrada, sem qualquer outra forma de controlo, a todos os viajantes que, a partir de quinta-feira, apresentarem um certificado de vacinação contra a covid-19, avançou a Lusa.

A medida, que já está em vigor desde 20 de janeiro para os visitantes do Espaço Europeu de Livre Circulação, zona Schengen – do qual a Islândia, embora não seja membro da União Europeia, faz parte – será estendida agora a todos os viajantes “independentemente da sua origem”, disse o Ministério da Saúde, num comunicado.

Para a entrada serão aceites os certificados de vacinação emitidos por países da zona Schengen ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sob a designação de “cartão amarelo”, referiu a agência.

“As pessoas com esses certificados não precisam de ser testadas ou observar um período de quarentena ou apresentar um teste negativo durante os controlos transfronteiriços”, clarificou o Governo da Islândia.

Todos os viajantes que também puderem provar que a sua infeção com o novo coronavírus foi eliminada também escaparão às restrições de entrada, como tem sido o caso desde dezembro para os viajantes da zona Schengen. A Islândia torna-se assim uma das primeiras nações europeias a abrir as fronteiras externas a nacionais de países terceiros.

Chipre, por sua vez, anunciou no início de março a sua intenção de permitir que britânicos vacinados contra a covid-19 entrem sem quarentena, a partir de 01 de maio.

Com a padronização dos seus requisitos, a Islândia espera impulsionar o fluxo de visitantes dos Estados Unidos e do Reino Unido, os seus dois maiores mercados turísticos e também dois dos países com mais rápidos avanços nos planos de vacinação.

Desde 19 de fevereiro, cerca de 20% dos viajantes que chegam a esta ilha no Atlântico Norte apresentaram um certificado de infeção anterior ou um certificado de vacinação contra a covid-19, de acordo com uma nota do Governo islandês divulgada esta semana.

A Islândia disse ter já atingido o controlo da epidemia, com uma incidência do novo coronavírus em apenas 09 por 100.000 habitantes e com quase 10% da população com pelo menos uma dose de vacinação.

ZAP / Lusa //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.