A polícia francesa está a investigar o misterioso caso da família Troadec. O pai, a mãe e os dois filhos estão desaparecidos desde meados de fevereiro.
Como é que quatro pessoas podem desaparecer e deixar como único rasto algumas manchas de sangue? Essa é a pergunta que a polícia francesa está a tentar responder desde meados de fevereiro, dia em que a família Troadec desapareceu misteriosamente.
Pascal e Brigitte, com 50 anos de idade, e os dois filhos, Sebastien, de 21, e Charlotte, de 18, foram vistos pela última vez no dia 16 de fevereiro. O desaparecimento dos pais e dos irmãos foi comunicado pela outra filha do casal, Brigitte, que já não vive com eles.
A primeira pista encontrada pelas autoridades francesas foram manchas de sangue no telemóvel do filho e no relógio da mãe, bem como nas escadas da casa de dois andares. Os testes de ADN confirmaram que este sangue pertence a três dos desaparecidos.
Ao entrar na casa, situada em Orvault, Nantes, a polícia encontrou as camas sem lençóis, roupa húmida na máquina de lavar e restos de comida a apodrecer no frigorífico.
De acordo com o procurador Pierre Sennes, parece que alguém tentou apagar por completo a existência desta família. “É como se a casa tivesse congelado no tempo”, observou.
Os dois carros estavam estacionados em frente à habitação. O automóvel do filho mais velho, que estava desaparecido, foi encontrado esta quinta-feira próximo do porto de Saint Nazaire, uma localidade perto de Nantes. Na quarta-feira, perto da cidade de Brest, foi encontrado um documento de identificação e as calças de Charlotte.
Também não foram registados movimentos bancários ou chamadas telefónicas de algum membro da família desde que desapareceram.
Filho é o principal suspeito
Há informações de que o pai sofria de depressão e o filho tinha problemas psicológicos. Aliás, Sebastien começa a tornar-se o principal suspeito deste desaparecimento.
Em 2013, quando ainda era menor de idade, foi condenado a fazer trabalho comunitário por fazer ameaças de morte através do seu blogue.
Segundo o Le Monde, Sebastien também já publicou, num fórum online sobre videojogos, frases como: “O que mais odeio? O meu reflexo” e “O que é que me deixa mais triste? A minha vida”, escreve o jornal francês.
No Twitter, um dos seus posts dizia: “Se alguém realmente soubesse o que se passa na minha mente, pensaria que sou louco e que não tenho moral“.
Os investigadores estão a trabalhar no caso com diferentes hipóteses, nomeadamente sequestro e assassinato.
ZAP // BBC