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“A forma da água” vence o Óscar de melhor filme (mas Del Toro só acreditou depois de ver)

Aaron Pole / EPA

A fábula ” A forma da água”, de Guillermo del Toro, venceu o Óscar de melhor filme

O filme “A forma da água”, de Guillermo Del Toro, venceu o Óscar de melhor filme na 90ª edição dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, para o qual entrou como o título mais nomeado.

“A forma da água” recebeu 13 nomeações para os Óscares deste ano, entre as quais as de dois canadianos de origem portuguesa, Luís Sequeira e Nelson Ferreira, nas categorias de melhor guarda-roupa e de montagem de som, respetivamente.

Minutos antes, o mexicano Del Toro já tinha recebido o Óscar de melhor realização, tendo “A forma da água” sido também distinguido por melhor banda sonora, de Alexander Desplat, e melhor desenho de produção.

Guillermo Del Toro é o terceiro cineasta mexicano a vencer na categoria de melhor realizador, depois de Alejandro Iñarritu e Alfonso Cuarón.

“O melhor que a arte faz, e que a nossa indústria faz, é apagar as linhas na areia“, disse Del Toro, aludindo à sua carreira internacional. É o terceiro galardão para a fábula “A Forma da Água”, o filme mais nomeado da noite.

O momento em que o realizador subiu ao palco para receber o prémio de melhor filme ficou marcado por um momento caricato protagonizado pelo próprio.

Talvez com medo de uma repetição da gaffe do ano passado, Guillermo Del Toro só aceitou pegar na estatueta dourada depois de, com muito humor à mistura, confirmar com os seus próprios olhos o título que estava escrito no papel. E confirma-se: “A forma da água” foi mesmo eleito o melhor filme.

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Gary Oldman e Frances McDormand vencem Óscar de melhor ator e melhor atriz

O ator Gary Oldman foi distinguido com o Óscar de melhor ator principal, pela interpretação em “A hora mais negra“, e Frances McDormand venceu na categoria feminina, por “Três Cartazes à Beira da Estrada“.

Obrigado pelo teu amor e apoio. Põe a chaleira a aquecer. Vou levar o Óscar para casa”, disse Gary Oldman à sua mãe, durante o discurso de aceitação de melhor ator.

“Olhem à vossa volta, senhoras e senhores, porque todos temos histórias para contar”, afirmou Frances McDormand.

A atriz já tinha vencido o prémio em 1997, pela interpretação em “Fargo”. Por outro lado, Gary Oldman, que foi nomeado para o prémio em 2012 – pela sua atuação no filme “A Topeira” – venceu o prémio pela primeira vez.

Normalmente o vencedor do Óscar de Melhor Ator na edição passada entrega o galardão de Melhor Atriz no ano seguinte – e vice-versa. Contudo, a tradição foi quebrada, já que Casey Affleck, que ganhou o prémio com a sua prestação em “Manchester by the Sea”, não compareceu este ano.

Sam Rockwell venceu o Óscar de melhor ator secundário pela interpretação em “Três Cartazes à Beira da Estrada”, enquanto Allison Janney arrecadou o de melhor atriz secundária, pelo papel em “Eu, Tonya”.

Nomeado pela primeira vez aos 49 anos, Sam Rockwell conquistou o galardão pelo seu desempenho como polícia racista e violento no filme “Três Cartazes à Beira da Estrada”, de Martin McDonagh.

Por sua vez, Allison Janney, que também recebeu um Óscar pela primeira vez, foi distinguida pelo seu papel de mãe exigente no filme “Eu, Tonya“, de Craig Gillespie.

Sam Rockwell agradeceu, entre outros, ao ator Christopher Plummer – o mais velho entre os nomeados para a mesma categoria -, à atriz Frances McDormand, com quem contracena, e ao pai, que promoveu o seu amor pelo cinema.

Fiz tudo sozinha“, brincou Allison Janney no início do seu discurso, sem poupar elogios à equipa de “Eu, Tonya” e a Joanne Woodward, “pelo incentivo e generosidade” que a atriz de 88 anos teve na luta de Janney por uma carreira como atriz.

Sam Rockwell competia com Christopher Plummer por “Todo o Dinheiro do Mundo”, Woody Harrelson por “Três Cartazes à Beira da Estrada”, Richard Jenkins por “A Forma da Água” e Willem Dafoe por “Projeto Florida”.

Allison Janney tinha como rivais Laurie Metcalf por “Lady Bird”, Lesley Manville por “Linha Fantasma”, Octavia Spencer por “A Forma de  Água” e Mary J.Blige por “Mudbound”.

Além dos prémios para melhor ator e atriz secundários, foram entregues mais seis óscares. Sem surpresas, “A Hora Mais Negra” venceu na categoria de melhor caracterização e “Linha Fantasma” na de melhor guarda roupa.

Para a categoria de melhor guarda roupa estava nomeado o luso-canadiano Luís Sequeira, que venceu o prémio do sindicato dos figurinistas, em fevereiro, pelo seu trabalho no filme “A Forma da Água”.

A grande surpresa até ao momento foi o Óscar para melhor documentário, com “Icarus” a destacar-se como a primeira longa metragem da Netflix a vencer qualquer prémio da academia.

Emocionados, os realizadores Bryan Fogel e Dan Cogan sublinharam “a grande importância de dizer a verdade”, fazendo referência aos movimentos #TimesUp e #MeToo.

“Dunkirk”, de Christopher Nolan, nomeado para oito óscares, levou o prémio de melhor montagem de som e melhor mistura de som. O Óscar de melhor filme de animação foi para “Coco”, de Lee Unkrich.

“Una Mujer Fantastica”, um filme chileno, ganhou o Óscar para melhor filme estrangeiro. A longa metragem de Sebastián Lelio, que conta a história de uma jovem transexual, já tinha sido premiado em Berlim.

Lista de vencedores

Melhor Filme: The Shape of Water

Melhor Realização: Guillermo del Toro – The Shape of Water

Melhor Ator Principal: Gary Oldman – Darkest Hour

Melhor Atriz Principal: Frances McDormand – Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Melhor Argumento Original: Get Out

Melhor Argumento Adaptado: Call Me By Your Name

Melhor Canção Original: “Remember Me” (Coco)

Melhor Ator Secundário: Sam Rockwell – Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Melhor Atriz Secundária: Allison Janney – I, Tonya

Melhor Filme em Língua Estrangeira: A Fantastic Woman (Chile)

Melhor Fotografia: Blade Runner 2049

Melhor Caracterização: The Darkest Hour

Melhor Montagem: Dunkirk

Melhores Efeitos Visuais: Blade Runner 2049

Melhor Banda Sonora: The Shape of Water

Melhor Filme de Live-action (Short): The Silent Child

Melhor Filme de Animação: Coco

Melhor Filme de Animação (Short): Dear Basketball

Melhor Edição Sonora: Dunkirk

Melhor Mistura Sonora: Dunkirk

Melhor Documentário: Icarus

Melhor Documentário (Short): Heaven is a Traffic Jam on the 405

Melhor Guarda Roupa: Phantom Thread

Melhor Design de Produção: The Shape of Water

ZAP // Lusa / Espalha-Factos

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