Forças Armadas podem ser chamadas a controlar fronteiras

Mário Cruz / Lusa

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho

As Forças Armadas podem ser chamadas a controlar as fronteiras, caso se verifique um esgotamento da capacidade da GNR e do SEF, que atualmente cumprem esse serviço.

Esta possibilidade consta num estudo da Direção-Geral de Política de Defesa Nacional do ministério, mas, para já, explica ao jornal Público o ministro da Defesa, Gomes Cravinho, “não há essa necessidade e esses planos podem mesmo ficar na gaveta”.

“Espero que essa operação fique em planeamento. Só quando as forças de segurança esgotarem as suas capacidades se justificará. As Forças Armadas não fazem ações de ordem pública, mas há planos, se necessário for“.

Para além do controlo de fronteiras, também surge o caso em planeamento de apoio militar aos hospitais civis. O ministro refere que existem “1300 camas de prevenção que podem chegar às duas mil de apoio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Mas, até ver, tem sido a Segurança Social a pedir mais apoio.

No mesmo estudo, que compara o envolvimento das forças militares de 19 países em tempo de covid-19, as portuguesas participam em 11 missões: elaboração de testes no Laboratório Militar, cujo envolvimento se estende também à produção de gel alcoolizado; utilização dos hospitais militares; montagem de hospitais de campanha; criação de centros de atendimento; transporte de material; desinfeções; distribuição de ajuda alimentar; elaboração de planos de contingência; notificação de reservistas e voluntários na área da Saúde e, por fim, criação de células de crise.

De acordo com o diário, no total das funções desempenhadas, os militares portugueses aparecem em terceiro lugar, depois dos espanhóis e dos italianos e a par com os alemães e os franceses.

“Neste quadro, verifica-se que em Portugal as Forças Armadas estão muito ativas. Se há uma crítica que é feita, e que aceito, é de uma certa falta de visibilidade das nossas ações, de não estarmos na primeira página dos jornais ou nos telejornais, mas não é isso o que nos move”, declara ao jornal o ministro.

“Temos uma instituição muito preparada e parece-nos que esta aproximação à sociedade civil está ser refletida na opinião dos cidadãos, porque sou interpelado com agradecimentos”, conclui.

ZAP //

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