O propulsor do foguetão chinês Chang’e 5-T1, lançado em 2014, colidiu esta sexta-feira com o lado oculto da Lua.
O impacto aconteceu por volta das 12h25 de Portugal, naquela que foi a primeira queda não intencional de lixo espacial no satélite natural da Terra.
O pedaço de foguetão com 2,7 toneladas atingiu a Lua a uma velocidade estimada de 9.288 km/h. O impacto terá formado uma cratera com dimensões entre 20 e 30 metros de diâmetro.
Infelizmente, para os entusiastas que gostavam de ter assistido ao impacto, isso não foi possível. Como a colisão ocorreu no lado mais distante da Lua, o impacto foi impossível de ver usando telescópios terrestres.
Ainda assim, a cratera eventualmente poderá ser vista nas próximas semanas ou meses. Satélites que orbitam a lua, como o Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA e a aeronave Chandrayaan-2 da Índia, serão capazes de identificar a cratera de impacto.
“Com base em observações feitas há semanas atrás, estamos confiantes de que ele atingirá a cratera Hertzprung às 12.25 UTC de 4 de março, porque confiamos no tio Isaac [Newton] — prevendo com sucesso a trajetória das coisas no Espaço desde 1687”, escreveu no Twitter Jonathan McDowell, astrónomo do Centro de Astrofísica de Harvard, na manhã desta sexta-feira.
A reminder that there is no live tracking of the impacting rocket stage. Based on observations made weeks ago, we’re confident that it will hit Hertzprung crater at 1225 UTC Mar 4, because we trust Uncle Isaac – successfully predicting the trajectory of things in space since 1687
— Jonathan McDowell (@planet4589) March 4, 2022
O astrónomo Bill Gray, o primeiro a identificar o eventual impacto, disse que a Lua está habituada a colisões mais sérias. Por isso, o impacto nunca seria um problema para a Lua ou para os terrestres.
Pelo contrário, o impacto do foguetão, ainda que não tenha sido intencional, poderá ser bastante útil para os astrónomos.
“Este evento único apresenta uma empolgante oportunidade de investigação”, disse um porta-voz da NASA ao Space.com.
“Após o impacto, a missão pode usar as suas câmaras para identificar o local do impacto, comparando imagens mais antigas com imagens tiradas depois. A procura pela cratera de impacto será desafiante e pode levar semanas a meses”, acrescentou o porta-voz da agência espacial norte-americana.
O seguro paga os danos…
Os lunáticos não se chateiam…. é no lado oculto…. ninguém vê