A Finlândia, que não chegou a suspender a vacina da AstraZeneca, decidiu esta sexta-feira interromper a vacinação “por precaução” após dois casos de tromboses cerebrais, apesar da “luz verde” da Agência Europeia do Medicamento (EMA) quanto à “segurança e eficácia”.
“Em virtude do princípio da precaução”, a autoridade de saúde pública finlandesa (THL) decidiu “suspender as injeções na Finlândia até que surjam mais informações e que possa ser avaliada uma causa possível”, segundo um comunicado oficial.
A decisão da Finlândia surge em contraciclo com a grande maioria dos países europeus, depois de a EMA ter, quinta-feira, considerado “segura e eficaz” a vacina anglo-sueca.
Quinta-feira, em Amesterdão, a EMA assegurou que a vacina da AstraZeneca “é segura e eficaz” e garantiu que não está também associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados que levaram à suspensão do seu uso.
“O Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância chegou a uma clara conclusão na investigação dos casos de coágulos sanguíneos: esta é uma vacina segura e eficaz”, declarou a diretora executiva da EMA, Emer Cooke, falando em videoconferência de imprensa a partir da sede do regulador.
Depois de uma investigação dos especialistas do regulador europeu nos últimos dias, Emer Cooke garantiu que a administração da vacina da AstraZeneca “não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos” nalguns dos vacinados com este fármaco.
A posição surge depois de nos últimos dias vários países europeus, incluindo Portugal, terem decidido por precaução suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco. A maioria dos países, entretanto, anunciou já que irá retomar a vacinação.
Emer Cooke sublinhou que os foram episódios “raros, mas bastante graves”, de um total de mais de sete milhões de pessoas vacinadas na União Europeia com o fármaco da AstraZeneca e de 11 milhões no Reino Unido.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.692.313 mortos no mundo, resultantes de mais de 121,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
// Lusa