Vítimas de racismo em Portugal, filhos de atores brasileiros não saem de casa há 2 anos

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Giovanna Ewbank / Facebook

Actores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso com os filhos.

Actores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso com os filhos.

Os filhos dos atores brasileiros Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank têm medo de regressar a Portugal depois de um incidente traumático de abuso racista.

Os dois filhos do casal, Chissomo, de 11 anos idade, e Blessings, de 10 anos, foram alvo de insultos racistas por parte de Adélia Barros, que lhes disse para “voltarem para África” e lhes chamou “pretos imundos”. Desde então, a família tem manifestado preocupação com o impacto psicológico que o incidente teve nos seus filhos, que já não se sentem seguros em Portugal.

O episódio remonta a julho de 2022, num bar de praia na Costa da Caparica. Adélia Barros está agora a ser julgada, acusada de dois crimes de calúnia e difamação com motivação racial. Para além da acusação criminal, foi ainda aberto um processo por discriminação.

Desde esse dia, os dois filhos não saíram mais de casa, escreve o jornal Público.

No seu testemunho no tribunal, Gagliasso partilhou o impacto emocional que o incidente teve na sua família, perguntando: “Como é que se explica a uma criança que está a ser insultada por causa da cor da sua pele?”.

Ewbank também contou os pormenores do acontecimento, explicando que a sua filha começou a chorar quando Adélia Barros a insultou. Até esse momento, as crianças não tinham conhecimento do conceito de racismo.

“Nem sequer compreendiam o que era o racismo. Tivemos de lhes explicar o que tinham acabado de ouvir”, contou Ewbank. Após o incidente, as crianças ficaram receosas. Chissomo teve febre durante três dias, que Ewbank acredita ter sido causada pelo sofrimento emocional.

O casal revelou ainda que os filhos têm estado em terapia desde o ataque e continuam assustados com a ideia de regressar a Portugal. Apesar dos planos para se mudarem para Portugal, as crianças recusam-se agora a regressar.

Em tribunal, Adélia admitiu as suas ações, atribuindo o seu comportamento agressivo ao alcoolismo, referindo-se à sua dependência como uma “doença” que a transformou num “monstro”.

A família pede uma indemnização de 35 mil euros, alegando que os abusos racistas causaram danos psicológicos profundos aos seus filhos.

ZAP //

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