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Filho de José Eduardo dos Santos afastado do Fundo Soberano de Angola

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FSDEA

Filomeno “Zenú” dos Santos, filho do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

O Presidente angolano exonerou, esta quarta-feira, a administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), presidida por José Filomeno dos Santos, tendo nomeado Carlos Alberto Lopes para liderar a instituição.

A informação sobre a exoneração, “por conveniência de serviço”, foi transmitida pela Casa Civil do Presidente da República em nota enviada à Lusa, em Luanda, passando o FSDEA, que gere ativos do Estado angolano de cinco mil milhões de dólares, a ser presidido por Carlos Alberto Lopes, até agora secretário para os Assuntos Sociais do chefe de Estado.

Depois de Isabel dos Santos, que exonerou do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol, e de ter ordenado a rescisão do contrato entre a Televisão Pública de Angola (TPA) e a empresa Semba Comunicações, detida por Welwítschia “Tchizé” e José Paulino dos Santos “Coreon Dú” para a gestão do segundo canal, José Filomeno dos Santos é o quarto filho do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, a ser afastado do poder por João Lourenço, empossado em setembro.

Horas antes dessa exoneração, o ainda líder do MPLA e o atual Presidente da República “entrevistaram-se”, divulgou publicamente o partido, com uma foto dos dois reunidos na sua sede.

O encontro entre ambos aconteceu na terça-feira, à margem da 15.ª reunião ordinária do secretariado do Bureau Político do MPLA, e segundo a informação divulgada pelo próprio partido “o ambiente foi da mais alta camaradagem, em que aquelas das mais importantes figuras da nação angolana transmitiram muita serenidade”.

“A mesma que o povo angolano precisa para que, na sua ingente caminhada para um futuro promissor, de paz, de progresso social e de desenvolvimento, consiga melhorar o que está bem e corrigir o que está mal em Angola. Isso, realmente, vai acontecer, com o MPLA e o camarada João Lourenço no leme, depois de o ‘arquiteto da Paz’, Presidente José Eduardo dos Santos, ter pacificado o país, reconciliado os angolanos e ter lançado as bases para o desenvolvimento de Angola”, assegurou o MPLA.

Apesar de deixar o Palácio Presidencial, Eduardo dos Santos foi reeleito em 2016 como presidente do MPLA, partido que suporta o Governo, e tem mandato até 2021.

João Lourenço disse, na segunda-feira, que não sente crispação com o ex-chefe de Estado, mas aguarda que este cumpra o compromisso anteriormente assumido, de deixar a liderança do partido em 2018.

“Só a ele compete dizer se o fará, se vai cumprir com esse compromisso. Quando isso vai acontecer, só a ele compete dizer”, disse o Presidente da República, que falava nos jardins do Palácio Presidencial, em Luanda, na sua primeira conferência de imprensa com mais de uma centena de jornalistas de órgãos nacionais e estrangeiros, quando passam cem dias após ter chegado à liderança no Governo.

Questionado sobre a alegada tensão que mantém com o presidente do MPLA, o chefe de Estado negou qualquer problema: “Não sinto essa crispação nas nossas relações”.

Acrescentou que mantém “relações normais de trabalho” com o presidente do partido, negando qualquer bicefalia na governação em Angola, até porque “nada está acima da Constituição”, ambos trabalhando em “campos distintos” e com “cada um a cumprir o seu papel”.

“Oito dias não é nada. Vamos aguardar os próximos tempos”, refutou, sobre o anúncio feito em 2016 por José Eduardo dos Santos, que disse abandonar a vida política em 2018.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Até agora, palmas para João Lourenço.
    Melhor que em Moçambique, muito melhor que no Zimbabwe, onde a continuidade ( e corrupção ) ficou assegurada por “paus-mandados”.

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