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Filha de ex-espião russo envenenado no Reino Unido acordou e já fala

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Yulia Skripal / Facebook / EPA

Sergei Skripal, de 66 anos, e a filha Yulia, de 33, foram envenenados com uma substância neurotóxica

Yulia Skripal, a filha do ex-espião russo Sergei Skripal, está a melhorar rapidamente e já não se encontra em estado crítico, segundo adiantaram fontes da unidade hospitalar em que está a ser tratada.

Segundo adiantaram os médicos, “Yulia está a responder bem ao tratamento, mas continuará a receber cuidados médicos 24 horas por dia”. Diversas fontes diferentes disseram à BBC que a filha do ex-espião russo está acordada e fala.

Yulia e o pai foram hospitalizados há quatro semanas, depois de terem sido expostos a uma substância neurotóxica. Foram encontrados desmaiados num banco em Salisbury, no Reino Unido, no início de março. A polícia tem tratado o caso como tentativa de homicídio.

O ex-espião e pai de Yulia, Sergei Skripal, continua em estado crítico, sem tendência para melhorar ou piorar. Segundo o repórter da BBC Duncan Kennedy, Yulia saiu do estado de perigo imediato, mas não se sabe se haverá sequelas a longo prazo.

Crise diplomática

O ataque gerou uma crise diplomática entre a Rússia e o Reino Unido, depois de o governo britânico ter acusado os russos de estarem envolvidos na tentativa de homicídio e ter anunciado a expulsão de 23 diplomatas russos.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou que a substância neurotóxica foi identificada como o Novichok, um dos “agente nervosos” desenvolvidos pela Rússia . Altamente tóxicos, estes neurotóxicos bloqueiam o sistema nervoso e interrompem as funções vitais do organismo.

Moscovo, que nega as acusações, anunciou por sua que vai expulsar 23 diplomatas britânicos, além, de fechar o British Council na Rússia e o consulado britânico em São Petersburgo.

O presidente americano Donald Trump anunciou também a expulsão de 60 diplomatas russos. A Austrália e alguns países europeus também tomaram atitudes semelhantes. Até agora, 20 governos expulsaram diplomatas.

Portugal optou por não seguir o exemplo dos países europeus e EUA, tendo decidido não expulsar diplomatas russos do país – opção diplomática que Paulo Rangel, eurodeputado eleito pelo PSD, considera “um erro e uma traição aos britânicos“.

Yulia Skripal / Facebook

Yulia Skripal foi encontrada inconsciente num banco, no Reino Unido

 

A investigação da polícia britânica mostrou que havia uma grande concentração da substância tóxica na porta da casa da família. O produto químico também foi encontrado em outros locais da cidade, mas em menor concentração, segundo a polícia.

O detetive Nick Bailey, encarregado de investigar o caso, ficou seriamente doente, tendo sido hospitalizado. Bailey, que se deslocou a casa da família Skripal para averiguar a ocorrência, diz que a sua vida nunca mais será a mesma.

Troca de espiões

O coronel Sergei Skripal é um oficial de inteligência aposentado do Exército russo, que foi sentenciado a 13 anos de prisão pelo país em 2006. Foi condenado por revelar ao MI6, o Serviço Secreto de Inteligência Britânico, as identidades de agentes da inteligência russa infiltrados na Europa.

Em julho de 2010, Skripal foi um dos quatro prisioneiros libertados por Moscovo em troca de 10 espiões russos presos pelo FBI. Depois de uma troca de prisioneiros ao estilo da Guerra Fria, ocorrida no aeroporto de Viena, na Áustria, o coronel mudou-se para a cidade britânica de Salisbury, onde viveu discretamente durante oito anos.

De acordo com Mark Urban, o editor do programa Newsnight, da BBC, nos últimos anos Skripal tinha vindo a dar palestras em academias militares britânicas, fornecendo informações e análises sobre a inteligência russa.

A filha do ex-espião visitava-o com frequência. A esposa, o irmão mais velho e o filho morreram nos últimos dois anos – alguns em circunstâncias suspeitas, segundo familiares.

ZAP // BBC

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4 Comments

    • Certamente que passou, mas em solo britânico não faz muito sentido, e, parece-me que foi mais um golpe para “consumo interno” russo!
      O ex-espião era um traidor à grande “Mãe Rússia” e o Putin não perdoa, além disso, disse várias vezes durante a campanha eleitoral que iria vingar os traidores à Rússia e este é, obviamente, um deles.
      Boa parte dos russos, como é típico, gostam de lideres que lhes encham o ego e claro que adoraram a demonstração de poder do Putin, principalmente em época de eleições… já na “invasão” da Ucrânia foi a mesma coisa!…
      O método também é “regularmente” usado pelo KGB/FSB…
      Eu apostaria 90% das hipóteses no Putin e menos de 5% nos EUA; ainda para mais nesta altura, com os serviços dos EUA todos “baralhados” pelo palerma do Tramp…

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