Documentos da TAP analisados numa sala secreta no Parlamento

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Carlos Almeida / Lusa

A Assembleia da República (AR) não tem um software adequado para garantir a segurança de documentos confidenciais. Por isso, os ficheiros da TAP que já chegaram à Comissão Parlamentar de Inquérito deverão ser analisados numa sala secreta e com acesso condicionado.

Este cenário foi avançado pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP, o socialista Jorge Seguro Sanches, na última reunião desta entidade.

“Não está certificado” um software adequado para a salvaguarda de documentos confidenciais, apontou Sanches aos deputados da CPI, como cita a Rádio TSF.

O deputado do PS explicou que esteve reunido com “duas áreas” da AR e que constatou que “o software que é disponibilizado, apesar de garantir a rastreabilidade da informação classificada, não garante a sua segurança em níveis aceitáveis para documentos e informação secreta, muito secreta ou altamente confidencial, como classificações remetidas pelas entidades e personalidades objecto da Comissão”.

O actual software usado no Parlamento permite a “reprodução e partilha por outros meios indirectos, por exemplo, fotografia e fora de ambientes controlados”, da informação consultada na AR, referiu ainda o presidente da CPI, segundo refere a TSF.

“Além disso, é passível de ser acedida através dos famosos hackers que não só podem aceder à informação, como podem criar a percepção de que essa informação foi obtida por um dos deputados”, notou também Sanches.

Assim, a solução imediata é que os documentos sejam consultados “em computadores fixos numa sala secreta e apenas reservada a deputados e a elementos credenciados“, acrescenta a TSF com base nas informações do presidente da CPI.

Note-se que durante a Comissão de Inquérito ao Novo Banco, os deputados conseguiram aceder à documentação do caso nos seus computadores, mesmo no caso de ficheiros confidenciais.

A CPI à gestão da TAP já recebeu documentos confidenciais da empresa. Vão, agora, ser analisadas pela Mesa da CPI para entender o que é que poderá ser desclassificado, ou não.

A TAP classificou como secretos metade dos 110 documentos que foram enviados à CPI.

ZAP //

2 Comments

  1. O dinheiro que lá entrou é público, mas os relatórios são secretos?
    A gestão da TAP causou um caos deliberado no verão de 2022, forçando os funcionários a horas extra e causando o cancelamento e atraso de voos.
    Os pedidos de indeminização são difíceis de fazer e nem todas as pessoas conseguem justiticar-se correctamente mesmo quando têm direito.
    Então a jogada da administração foi a de espremer ao máximo os funcionários e abusar do clientes, e apenas pagar as indminizações e reembolsos em Janeiro de 2023 para fazer as contas de 2022 parecer bonitas, empurrando as consequẽncias da gestão danosa para 2023.
    Eu sei porque eu tive o azar de voar pela TAP no verão passado e tanto na ida como na volta, tive problemas e a TAP pagou-me hotel e indeminização. Os 4 bilhetes custaram cerca de 500 euros, a indeminização por cancelamento foram 1000 euros e uma noite no hotel foram 300 e a outra noite foi paga com vouchers da TAP. Sem querer, eu dei um prejuizo de mais de 1000 euros à TAP.

  2. Tanto secretismo é porque têm algo a esconder que os compromete. Sendo uma empresa pública, este modus operandi é danoso para o país e, no meu ver, criminoso. O incrível é a AR patrocinar isto. Tudo do mesmo saco!! E ainda querem que confiemos e votemos…

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