“Fantasmas de Bakhmut”: 20 atiradores de elite levam terror aos russos para libertar a cidade

1

// U.S.Gov; BBC

Na cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, uma equipa de elite de atiradores furtivos, conhecidos como “os fantasmas de Bakhmut”, executa operações noturnas para recuperar do controlo russo a cidade assolada pelo conflito.

Uma equipa de snipers, liderada por um comandante conhecido pelo nome de guerra ‘Ghost’ (“Fantasma”) e composta por cerca de 20 soldados, está há seis meses a operar nos arredores da cidade de Bakhmut.

Ghost é o meu nome de guerra“, diz o atirador a um reporter da BBC, que teve acesso exclusivo às suas operações. “Quando começámos a levar o terror a Bakhmut, ganhámos o nome de ‘Os Fantasmas de Bakhmut’.”

Os snipers de Ghost têm como alvo ativos de alto valor e orgulha-se de um número confirmado de 524 mortes, das quais 76 atribuídas ao próprio Ghost. A equipe regista eletronicamente cada tiro através da mira da sua arma.

A base da equipa de atiradores furtivos está ao alcance da artilharia russa. Mas Ghost nem pestaneja com o estrondo dos projéteis que caem nas proximidades. “A artilharia deixa sempre as pessoas preocupadas”, diz Ghost. “Podemos esconder-nos da artilharia, mas não de um franco-atirador”.

Kuzia, ex-operário de uma fábrica, nunca gostou de armas, mas decidiu lutar pelo seu país quando a Rússia invadiu a Ucrânia. “Não estamos a matar pessoas; estamos a destruir o inimigo“.

O atirador para as suas missões uma espingarda de precisão Barrett M82 de fabrico norte-americano, e o seu observador, Taras. “Todas as missões são perigosas. Quando cometemos um erro, o inimigo pode atingir-nos”, diz Kuzia. “Claro que tenho medo — só um idiota não teria”.

A equipa é transportada nas suas missões num Humvee blindado, pilotado por Kusch, que deixa os atiradores o mais próximo possível da linha da frente. O percurso, entre blindados ucranianos destruídos e campos minados, coloca-os muitas vezes ao alcance da artilharia russa. Mas seguem em frente.

Quando Kusch o motor, toda a equipa faz o sinal da cruz. O condutor do Humvee põe a tocar uma música no seu telemóvel. Diz que o rap ucraniano os anima — e que vai também abafar o som dos bombardeamentos.

Uma vez no local designado, a equipa sai do veículo e posiciona-se. Kusch apressa-se a voltar para a base. No regresso, Kuzia conta: “Mais um tiro, mais um alvo“.

Os atiradores mostram um vídeo captado através de um telescópio de visão noturna, no qual se vê um metralhador russo a disparar contra tropas ucranianas perto da linha da frente. Era o seu alvo.

Enquanto descansam entre missões, Ghost mantém o moral elevado realçando a “nobreza” das suas ações. Apesar dos ferimentos sofridos por vários membros da equipa, incluindo o próprio Ghost, não houve até agora baixas entre os Fantasmas de Bakhmut.

Ghost reconhece que uma pequena equipa de atiradores furtivos de elite, por si só, não é suficiente ganhar esta guerra ou mesmo recuperar Bakhmut, mas acredita que os seus snipers estão a ter impacto.

Segundo Kusch, as suas operações têm um efeito psicológico no inimigo — abatendo um soldado russo de cada vez a partir de uma posição não vista, com um som que não pode ser ouvido.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.