A família de Ihor Homeniuk, imigrante ucraniano que foi alegadamente morto à pancada por três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), ainda não recebeu qualquer tipo de apoio por parte do Estado português.
Oksana Homeniuk, viúva do cidadão ucraniano, disse que nove meses depois da morte de Ihor, ainda não recebeu qualquer apoio do Estado português. Em entrevista à SIC, Oksana diz que ainda hoje tem dificuldades em perceber o que aconteceu no aeroporto de Lisboa.
“Nunca pensei que num país europeu uma coisa deste género pudesse acontecer. Na Europa, onde os direitos humanos estão acima de tudo. Nunca pensei que no aeroporto… E tantas pessoas viram-no! Tantas pessoas sabiam do que estava a acontecer e ninguém ajudou. Para mim, isso, ainda hoje não consigo entender”, começou por dizer Oksana.
“Sabe que cada vez que oiço a palavra Portugal… Fiquei com tanto ódio a esse país. Nem consigo ouvir essa palavra. Não quero nada. Não quero dinheiro nenhum. Que me tragam [Ihor] de volta, nem que seja inválido”, acrescentou.
A família do imigrante morto no aeroporto de Lisboa teve ainda de pagar 2.200 euros pela transladação do corpo, escreve o Expresso.
Depois de ter tentado entrar ilegalmente em Portugal, por via aérea, a 10 de março, o ucraniano Ihor Homeniuk morreu no aeroporto de Lisboa, em circunstâncias que, após investigação, já conduziram à acusação de três inspetores, por “tortura evidente”.
Segundo o Ministério Público (MP), as agressões cometidas pelos inspetores do SEF, que agiram em comunhão de esforços e intentos, provocaram a Ihor Homeniuk “diversas lesões traumáticas que foram causa direta” da sua morte.
Após a morte de Ihor, o ministro da Administração Interna determinou a instauração de processos disciplinares ao diretor e subdiretor de Fronteiras de Lisboa, ao Coordenador do EECIT do aeroporto e aos três inspetores do SEF, entretanto acusados pelo Ministério Público, bem como a abertura de um inquérito à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI).
Uma vergonha para o país e os assassinos pelos vistos continuam em liberdade, não sou pela falta de respeito às autoridades nem até da força que as mesmas devem exercer contra certos selvagens que existem na sociedade, mas muito menos pelo abuso de autoridade de alguns dos seus elementos contra cidadãos pacíficos e indefesos. Tudo isto resulta de uma falta de formação dos mesmos!
Menos… os 3 assassinos estão em prisão domiciliária com pulseira eletrónica – apenas devido ao Codiv – senão estariam em prisão preventiva!
No país da liberdade (EUA) matam inocentes desarmados na via pública (as vezes, com camaras filmar!) e, alguns, nem acusados são!…
Compreendo o ódio desta senhora por Portugal. Eu sinto vergonha.
Também eu sinto vergonha por uma ação que não cometi, mas por viver num país onde a autoridade por vezes usa e abusa e pelos “responsáveis” deste país assobiarem para o lado, nem governo, nem justiça atuam em conformidade com a gravidade da situação! O senhor ministro Cabrita é uma nódoa autêntica e continua no poleiro com provas de incompetência dadas em vários casos. O que a senhora, esposa desta vítima mortal deveria fazer era levar o caso até um tribunal europeu e fazer valer toda a sua razão contra estes assassinos que escandalosamente continuam em liberdade. Vestir uma farda exige respeito e responsabilidade e defender os indefesos ou vítimas, não dá o direito de maltratar qualquer cidadão indefeso e bem-comportado, só porque possa ter cometido qualquer irregularidade inocentemente.