A Cofina desistiu da compra da Media Capital, dona da TVI, por falha no aumento de capital de 85 milhões de euros. Porém, só faltavam três milhões para esse montante.
Um dia depois de anunciar que abortou o negócio da compra da TVI, a Cofina, dona do Correio da Manhã, explicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) as razões que a levaram a desistir da compra.
O aumento de capital iria consubstanciar-se no lançamento de quase 189 milhões de novas ações. Cada investidor podia subscrever essas ações a 0,45 de euros cada, o que perfazia os 85 milhões.
De acordo com o semanário Expresso, o CEO do grupo, Paulo Fernandes, podia investir 20 milhões e Mário Ferreira, da Douro Azul, admitia colocar também esse montante para se tornar o segundo maior acionista.
Segundo o comunicado à CMVM, a Cofina conseguiu receber ordens de acionistas e investidores para ficarem com 182 milhões das novas ações, o que corresponderia a um investimento de 82,1 milhões – 96% do montante requerido.
Assim, ficaram por subscrever cerca de seus milhões das novas ações, o que significa que ficaram por arrecadar 2,9 milhões de euros.
Caso não conseguisse obter o montante total, a Cofina avançaria junto de investidores qualificados. Porém, a empresa “entendeu, depois de todos os esforços feitos e contactos realizados infrutiferamente junto de potenciais investidores ao longo deste período”, e também tendo em conta “a recente e significativa deterioração das condições de mercado”, que não seria bem-sucedida na procura de interessados em pôr esses três milhões.
A Prisa reagiu a esta decisão da Cofina, considerando que a empresa portuguesa não está a cumprir o contratualizado e dizendo que dera indicações de que o aumento de capital não teria problemas, por haver acordo dos principais acionistas em injetarem dinheiro.
De acordo com o jornal Público, apesar da desistência, a Cofina teve perdas com esta operação: pagou uma caução de dez milhões à Prisa que não vai recuperar.