O príncipe Harry é ruivo, mas é apenas o 5º na linha de sucessão ao trono britânico
Para se vingar contra o preconceito que sofreu por ser ruivo, um britânico planeou matar o príncipe Charles, primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, para que o príncipe Harry – que também é ruivo -, assumisse o trono.
Já apelidado de “extremista ruivo” pela imprensa britânica, Mark Colborne, de 37 anos, foi preso em junho e considerado culpado, em setembro, de planear actos terroristas. Foi condenado com base na legislação de saúde mental britânica.
Esta terça-feira, recebeu a sentença de pena de prisão, sem prazo para ser libertado, devido aos seus problemas psiquiátricos.
Durante o julgamento, Colborne alegou que se sentia “diminuído” por ser ruivo e queria vingar-se.
Segundo a Reuters, tinha entre seus ídolos os extremistas do IRA, o Exército Republicano Irlandês, porque muitos deles eram também ruivos.
O príncipe Charles, primeiro na linha de sucessão ao trono de Isabell II. Não é ruivo.
Em Inglaterra, os ruivos, conhecidos como “ginger”, são com frequência ser alvo de bullying e preconceito.
Colborne tinha anotações manuscritas e livros com instruções para produzir venenos mortais. A polícia encontrou ingredientes para fabricar cianeto em sua casa.
Nas anotações, encontradas em sua casa, o primeiro extremista ruivo do Mundo descrevia um plano, que passava por “meter uma bala na cabeça do príncipe Charles” para que Harry se tornasse rei.
O plano passava por matar também o príncipe William, irmão mais velho de Harry.
Mas Harry é, na verdade, o quinto na linha de sucessão do trono britânico: depois de Charles, a coroa passaria para William. Seguidamente, para os filhos de William, George e Charlotte, e só caso nenhum destes pudesse assumir o trono é que Harry seria coroado.
Indivíduo desequilibrado
O promotor Annabel Darlow defendeu que as anotações de Colborne também demonstravam admiração por extremistas de direita como Anders Breivik, autor dos atentados que fizeram 77 mortos na Noruega em 2011, e ódio por “não arianos”, a quem se referia como “negros e idiotas caucasianos”.
“Estou à procura de uma grande resposta, um grande ataque terrorista que vai chamar a atenção para a nossa dor, não só a minha mas de outros irmãos pelo mundo”, escreveu Colborne.
Colborne comprou os ingredientes para produzir veneno através da internet e armazenou em sua casa, em Southampton, grandes quantidades de máscaras, funis de metal, seringas de plástico e luvas de látex.
Hampshire Constabulary
Substâncias encontradas na casa de Colborne
Segundo a BBC, foram o meio-irmão e a mãe que descobriram os produtos químicos e os manuscritos no quarto de Colborne, o que levou à sua prisão, a 3 de junho do ano passado.
O juiz John Bevan, que julgou o caso,afirmou que Colborne era “claramente perigoso” e que as suas “fantasias extraordinariamente violentas” eram uma “grave preocupação”.
“O senhor é, lamento dizê-lo, um indivíduo desequilibrado, que no passado teve opiniões que são repugnantes para as pessoas de bem. Muitas pessoas têm memórias desagradáveis da sua infância, mas superam-mas e crescem”, disse o magistrado.
“A sua comiseração extravagante tornou a sua vida miserável — e a da sua família também”, completou o juiz.
Colborne alegou que os seus planos eram apenas “discursos raivosos” de momentos em que não estava a tomar os medicamentos para a depressão.
ZAP / BBC
