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Explosão de Beirute foi uma das maiores explosões não nucleares da História

Nabil Mounzer / EPA

A energia libertada durante as explosões no porto de Beirute, capital do Líbano, no início de agosto, teria sido suficiente para abastecer mais de cem casas durante um ano, revela o novo estudo.

A 4 de agosto, uma série de explosões causadas por 2750 toneladas de nitrato de amónio destruíram o porto de Beirute, no Líbano, provocando 191 mortes, mais de 6500 feridos e perto de 300 mil desalojados.

Segundo o site Live Science, um novo estudo mostra que a maior explosão ocorrida neste dia foi uma das mais poderosas da História que não foi produzida por uma bomba nuclear.

Engenheiros da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, analisaram 16 vídeos que foram captados de diferentes locais à volta da explosão e que tinham uma visão desobstruída do evento e do seu rescaldo.

Os investigadores recolheram 38 pontos de dados dos vídeos, identificando a chegada da onda de explosão com base em áudios, análise de vídeo frame a frame e o tamanho da bola de fogo da explosão.

A equipa descobriu que o cataclismo foi equivalente à detonação de 550 a 1200 toneladas (500 a 1100 toneladas métricas) do composto químico explosivo trinitrotolueno (TNT) – cerca de 5% da força da bomba nuclear que os Estados lançaram sobre Hiroshima, no Japão, em agosto de 1945.

Numa questão de milissegundos, a explosão de Beirute libertou aproximadamente um gigawatt hora (GWh) de energia, o que seria equivalente à energia que é produzida numa hora por mais de três milhões de painéis solares; 412 turbinas eólicas; ou 110 milhões de LEDs, de acordo com o Departamento de Energia norte-americano.

Além disso, lê-se no comunicado da universidade britânica, seria energia suficiente para fornecer eletricidade a mais de cem casas durante cerca de um ano.

“Depois de ver o desenrolar dos eventos, quisemos usar a nossa experiência para ajudar a entender o que aconteceu em Beirute e fornecer dados que pudessem ser usados para ajudar a preparar e a salvar vidas em tais eventos, caso ocorram novamente”, afirmou Sam Rigby, professor sénior desta universidade e autor principal do estudo publicado, a 22 de setembro, na revista científica Shock Waves.

“Ao compreender melhor o poder das explosões acidentais em grande escala, como a que ocorreu em Beirute, podemos desenvolver previsões mais precisas de como diferentes edifícios serão afetados e os tipos de lesões que provavelmente ocorrerão a diferentes distâncias da explosão”, acrescentou.

ZAP //

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