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Exército dos EUA quer pôr soldados a conversar com robôs (e conta com uma mãozinha da IA)

US Army

O Exército dos Estados Unidos está a desenvolver uma interface de conversação que permite o diálogo bidirecional entre soldados e sistemas robóticos autónomos.

A Interface Conjunta de Entendimento e Diálogo (JUDI, na sigla em inglês) está a ser desenhada com o objetivo de reduzir os custos do treino de soldados e como forma de melhorar o trabalho de equipa entre soldados e robôs.

Os robôs desempenham um papel cada vez mais importante nas Forças Armadas norte-americanas, pelo que o controlo destes sistemas tornam-se cada vez mais urgentes. Até agora, joysitcks, sensores e ferramentas remotas foram o suficiente, mas a próxima geração de robôs militares será muito mais inteligente e autónoma.

Este upgrade faz com que a tecnologia se torne menos sensível a estes instrumentos e mais “companheira” da equipa de soldados, pelo que são necessárias interfaces mais sofisticadas e intuitivas.

Além disso, os soldados humanos também têm de aprender a lidar com estas máquinas e, com esta nova ferramenta, o processo torna-se mais fácil, sendo que a JUDI permite conversas verbais bidirecionais entre robôs e soldados.

“Esta tecnologia permite que um soldado interaja com sistemas autónomos através do diálogo bidirecional em operações táticas onde as instruções verbais podem ser usadas para comando e controlo de um robô móvel”, explicou o cientista Matthew Marge, citado pelo New Atlas.

Além disso, a tecnologia oferece ao robô “a capacidade de solicitar esclarecimentos ou fornecer atualizações de status à medida que as tarefas forem concluídas”.

Este sistema pode parecer muito semelhante com a Siri ou a Alexa, nas existem grandes diferenças. Os assistentes digitais do quotidiano baseiam-se em conexões na nuvem, mas um sistema militar não pode confiar neste tipo de conexão ou em grandes bancos de dados.

Em vez disso, JUDI usa um banco de dados sob medida para interpretar a intenção de um soldado com base nas suas palavras faladas. O processamento do diálogo utiliza uma técnica de classificação estatística, que foi treinada numa pequena seleção de diálogo humano-robô.

Acresce ainda o facto de JUDI ter sido projetado para trabalhar com robôs que operam num ambiente do mundo real, realizando tarefas que podem significar a vida ou a morte (literalmente).

Atualmente, o objetivo do programa é avaliar quão robusto JUDI consegue ser com plataformas robóticas autónomas no teste que terá lugar em setembro.

ZAP //

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