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Ex-primeiro-ministro condenado por corrupção em Israel

Orrling / Wikimedia

O ex-primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert

O ex-primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert

Um tribunal distrital de Tel Aviv condenou esta segunda-feira o ex-primeiro-ministro israelita Ehud Olmert num processo por corrupção ligado a um escândalo imobiliário em Jerusalém, informou a imprensa local.

Depois de mais de dois anos de julgamento, durante os quais foram ouvidas 103 testemunhas e 13 acusados no caso de corrupção mais grave e complexo da história de Israel, o juiz David Rozen declarou o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert culpado de suborno, crime cometido quando exercia o cargo de presidente da Câmara de Jerusalém (1993-2003) e, mais tarde, de ministro da Indústria e Comércio.

A data de divulgação da pena não foi ainda fixada, mas a sentença do tribunal deverá ter, segundo avançam os analistas políticos locais, uma consequência sem precedentes na história de Israel: a prisão de um ex-chefe de Governo.

O polémico processo está relacionado com o mega-complexo residencial Holyland, um ambicioso e multimilionário projecto, no sul de Jerusalém, que terá, alegadamente, sido construído à custa de regalias e luvas dadas pelos promotores a responsáveis municipais, banqueiros e altos funcionários, numa época em que o presidente da Câmara de Jerusalém era Olmert e, posteriormente, Uri Lupolianski.

Olmert chegou a primeiro-ministro em 2006, quando o então chefe do governo Ariel Sharon entrou num coma que duraria 8 anos até à sua morte. Olmert viria ser forçado a apresentar a demissão em 2009, na sequência do escândalo Holyland.

Este caso, que nos últimos anos tem sido recordado sempre que o ex-primeiro-ministro tenta regressar à política, sofreu um volte-face inesperado a semana passada.

Shula Zaken, que exerceu o cargo de secretária pessoal de Olmert nos anos 90 e que é uma das acusadas no processo, decidiu acusar o antigo chefe em troca de um acordo com o Ministério Público, o qual lhe garantiu apenas 11 meses de cadeia.

Com o acordo, Zaken decidiu entregar gravações que fez secretamente e que, alegadamente, implicam Olmert no caso de corrupção. O antigo líder do partido Kadima (de centro) ganhou as eleições em 2006, mas foi forçado a demitir-se em 2009 diante de acusações de corrupção em vários casos.

ZAP/Lusa

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