/

Ex-presidente brasileiro José Sarney revoltado com pedido de prisão

Antonio Cruz / ABr

José Sarney, ex-Presidente do Brasil

José Sarney, ex-Presidente do Brasil

O ex-Presidente brasileiro José Sarney afirmou esta terça-feira que está “revoltado e perplexo” com a divulgação da informação de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria pedido a prisão dele ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Dediquei sessenta anos da minha vida pública ao país e à defesa do Estado de Direito”, disse Sarney, em resposta à notícia do jornal O Globo que o envolve num grupo de políticos suspeitos de interferirem no processo Lava Jato.

“Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador-Geral da República”, lamentou o ex-presidente.

“Jamais agi para obstruir a justiça. Sempre a prestigiei e a fortaleci”, acrescentou José Sarney.

O procurador-geral da República brasileiro, Rodrigo Janot, pediu a prisão do ex-presidente ao Supremo Tribunal Federal brasileiro, além da de outros membros da direção do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB.

Janot não confirmou publicamente as informações, mas a imprensa brasileira avança que a prisão de Sarney foi solicitada como base em áudios secretos gravados por Sérgio Machado,  ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

As gravações sugerem que Sarney e outros políticos terão tentado atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção no país, envolvendo dezenas de políticos e várias empresas, entre as quais a Petrobras.

No caso do ex-Presidente Sarney, é pedida prisão domiciliária com o uso de pulseira eletrónica, devido à sua idade, 86 anos.

Além dele, também teriam sido alvo de pedidos de prisão o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o senador Romero Jucá, ex-ministro do planeamento do Brasil.

Romero Jucá, que tomou posse como ministro no dia 12 de maio, após o impeachment da antiga presidente do Brasil, Dilma Rousseff, demitiu-se apenas 11 dias depois.

A demissão surgiu depois de ter sido revelada uma escuta em que Jucá terá dito a Sérgio Machado que a mudança no governo permitiria um pacto para travar a Lava Jato.

ZAP / Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.