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Ex-gestor da Caixa sinalizado na auditoria vai liderar ativos tóxicos do Novo Banco

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António Cotrim / Lusa

Jorge Cardoso, identificado na auditoria independente da EY como um dos gestores responsáveis pela concessão de créditos à revelia da direção de risco na Caixa Geral de Depósitos, é o novo gestor dos ativos tóxicos do Novo Banco. 

De acordo com o jornal Público, que avança a notícia nesta sexta-feira, o antigo gestor do banco público foi nomeado na passada sexta para gerir os ativos tóxicos do Novo Banco, tendo passado pela Caixa entre julho de 2013 e dezembro de 2015.

O semanário Expresso tinha já noticiado que Jorge Cardoso é um dos sete nomes que estão em cima da mesa do Banco de Portugal, no âmbito de uma eventual reavaliação da idoneidade na sequência da auditoria da EY à Caixa.

A auditoria da EY, que analisou 15 anos de gestão da CGD, identificou dezenas de decisões de crédito que ignoraram a avaliação de risco do banco e que resultaram em perdas de mais de mil milhões de euros só até 2015.

Do BES ao Novo Banco, o “banco bom”

O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do BES – resgatado no verão de 2014 -, é desde outubro de 2017 detido em 75% pelo fundo norte-americano Lone Star, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário (entidade da esfera pública gerida pelo Banco de Portugal).

Então, a Lone Star não pagou qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco, e negociou um mecanismo que prevê que, durante oito anos, o Fundo de Resolução injete até 3,89 mil milhões de euros no Novo Banco por perdas que venha a registar num conjunto de ativos ‘tóxicos’ e alienações de operações não estratégicas (caso ponham em causa os rácios de capital da instituição).

No ano passado, e para fazer face a perdas de 2017, o Novo Banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões do Fundo de Resolução, pelo que, a concretizar-se o valor pedido na sexta-feira, as injeções públicas ficarão em mais de 1.900 milhões.

A primeira tentativa de venda do Novo Banco arrancou no final de 2014, mas foi cancelada em setembro de 2015, com o Banco de Portugal a considerar que nenhuma proposta apresentada era interessante.

ZAP // Lusa

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