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“Sabiam que podiam matar”. Ex-fuzileiros condenados pela morte do polícia Fábio Guerra

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André Kosters / Lusa

Fotografia do agente da PSP, Fábio Guerra, na viatura fúnebre

Os ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko foram condenados a 20 e a 17 anos de prisão, repectivamente, pela morte do polícia Fábio Guerra em Março de 2022.

O agente da PSP Fábio Guerra, de 26 anos, morreu a 21 de Março de 2022, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a “graves lesões cerebrais” que sofreu na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Alcântara, quando se encontrava fora de serviço.

Os ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko estavam acusados dos crimes de homicídio qualificado e de ofensas à integridade física. Acabaram condenados, em cúmulo jurídico, a 20 anos e a 17 anos de prisão, respectivamente.

A autópsia ao corpo de Fábio Guerra, um agente da PSP que estava fora de serviço, mas que interviu num conflito à porta da Mome, atestou que a sua morte se deveu às agressões que sofreu.

A juíza-presidente do colectivo, Helena Susano, referiu, na leitura da sentença, que os arguidos “sabiam que ao pontapear uma pessoa na cabeça podiam matar e aceitaram o resultado”. “Conformaram-se com aquele desfecho”, sublinhou, citada pelo Correio da Manhã (CM).

Helena Susano realçou ainda que os arguidos sabiam da sua superioridade física e que actuaram “como se estivessem num ringue de boxe”.

“Como praticantes de boxe, [esse conhecimento do risco de morte ao agredir na cabeça] é obrigatório. O homem comum sabe e o lutador sabe melhor do que ninguém que no crânio se encontra o cérebro, o principal órgão do nosso sistema nervoso”, vincou a magistrada.

“Dizem que pensavam que estavam a ser atacados e defenderam-se. Mas defenderam-se de quem? Defenderam-se, quando a cada soco que dão a pessoa fica inanimada? Defenderam-se de quem está inanimado no chão?“, questionou ainda a juíza.

Helena Susano também salientou que as versões dos arguidos foram contrariadas pelas imagens de videovigilância. “Deveriam ter mais cautela em trazer versões completamente contrárias às imagens”, alertou.

Os pais de Fábio Guerra vão receber uma indemnização de 432 mil euros.

ZAP // Lusa

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