Na noite das europeias, António Costa foi o nome nas bocas do mundo

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Olivier Matthys/EPA

António Costa no seu último Conselho Europeu

Tudo indica que o próximo presidente do Conselho Europeu será um socialista — e António Costa já não esconde o interesse no cargo. O apoio público de Montenegro vem reforçar o seu favoritismo.

Não era candidato a nada e nem é líder de qualquer partido, mas mesmo assim, António Costa conseguiu assumir o papel de um dos protagonistas da grande noite das europeias.

Já a fazer um aquecimento para o seu novo papel de comentador, o ex-primeiro-ministro começou a dar que falar quando deu a sua opinião sobre o que os resultados das europeias significam para a próxima presidência do Conselho Europeu — um cargo a que tem sido associado há vários anos.

“Há sempre uma extensa lista de ex-primeiros-ministros excelentes. Há uma pequena diferença é que os que estão em exercício são os que estão à volta da mesa e isso faz tudo uma grande diferença. Há sempre muitas hipóteses. Há cinco anos, quando entrámos para o Conselho, a senhora Von der Leyen não era um nome que fosse referido para nenhum dos lugares. Por isso vamos ver”, afirmou, na CMTV, fugindo à pergunta sobre se se inclui nessa extensa lista provisória de candidatos.

No seu entender, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, “tem todas as condições para ser reeleita”, porque o “PPE vai continuar a ser a primeira força” e “nenhum dos grupos da extrema-direita consegue ultrapassar os liberais”.

“Eu diria que a presidente da Comissão Europeia será do PPE e o Conselho Europeu dos socialistas“, comentou Costa, considerando ainda que o “Parlamento Europeu há-de rodar entre os socialistas e os liberais” ou “entre o PPE e os liberais”.

O mote continuou com Pedro Santana Lopes, que também estava a comentar as eleições na CMTV. “Com estes resultados estão abertas as portas para Von der Leyen renovar o mandato na Comissão Europeia e para António Costa ser presidente do Conselho Europeu”, disse Santana.

Luís Marques Mendes idém. “Estas eleições reforçaram a autoestrada que havia para António Costa ser presidente do Conselho Europeu. Luís Montenegro criou o facto político da noite ao apoiar António Costa. Vai falar-se muito disso nos próximos tempos”, considerou.

E esse apoio foi sonante. “É possível que a presidência do Conselho Europeu seja destinada a um candidato socialista. Se o Dr. António Costa for candidato a esse lugar, a AD e o Governo de Portugal não só apoiarão como farão tudo para que essa candidatura possa ter sucesso”, afirmou Montenegro, na reacção aos resultados, para acabar com o “tabu”. O primeiro-ministro avança ainda que avisou os seus colegas do Partido Popular Europeu (PPE) sobre o apoio a Costa

Costa afirma-se como favorito

Tudo indica que Costa só estava à espera de ter o aval público de Montenegro para abrir o jogo e admitir o seu interesse no cargo. O antigo primeiro-ministro confirmou que sondou Montenegro após as legislativas sobre este possível apoio.

“Sim, perguntei-lhe. Depois de ele ser primeiro-ministro, voltei-lhe a perguntar qual seria a posição do Governo português se a questão se viesse a colocar. E ele respondeu-me diretamente. E posso aliás confirmar o que o Dr. Montenegro acabou de dizer: ainda não era primeiro-ministro e tinha-me transmitido que me daria esse apoio”, afirmou Costa, que considera “bom para o país” ver portugueses a ocupar cargos internacionais.

O segundo lugar dos socialistas nas europeias fortalece a posição de Costa como principal candidato do Partido Socialista Europeu (PES) para a presidência do Conselho Europeu. Fontes ouvidas pelo Expresso indicam que Costa é visto como um candidato forte devido à sua capacidade de se relacionar bem com diferentes facções políticas. Outra possível candidata seria a primeira-ministra dinamarquesa, mas não reúne o mesmo nível de consenso.

Em novembro, o cenário era bem diferente. No rescaldo do parágrafo fatídico que implicava Costa na Operação Influencer e levou à queda do Governo, surgiram muitas dúvidas se o ex-primeiro-ministro ainda era um nome em cima da mesa para o Conselho Europeu. Meses depois, ainda sem acusação e com muitas polémicas desde então sobre a prestação do Ministério Público, Costa voltou a surgir como um candidato viável.

O Partido Socialista Europeu está a promover uma campanha a favor de Costa, com o apoio de líderes influentes como Olaf Scholz, chanceler alemão, e Pedro Sánchez, chefe do governo espanhol. Além disso, o processo de seleção para a presidência do Conselho Europeu não envolve o Parlamento Europeu, o que facilita a eleição baseada na vontade dos líderes das cimeiras.

Os líderes europeus vão reunir-se a 17 de junho para um jantar informal, que será um teste crucial para a candidatura de António Costa.

Adriana Peixoto, ZAP //

4 Comments

  1. A Sr.ª Procuradora-Geral, Lucília Gago, deve ser demitida, e o Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, tem de se demitir, provocaram uma grave crise política no País que está a trazer graves consequências a Portugal e aos Portugueses, para isto (caso se venha a confirmar)?

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  2. Não, não e não! Esse tipo NUNCA! Não passará!
    Montenegro: uma vergonha ter estendido a passadeira vermelha a esse aldrabão do Costa!

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  3. Tramoia bem estudada desde a maioria absoluta do P.S . A. Costa tudo fez para afundar o seu próprio Governo , estava mais que visto que o seu objetivo era un lugar ao “quentinho” en Bruxelas , con as Eleições Europeias a porta , e candidatar-se , era imperativo uma dissolução da A.R , e sair braqueado de qualquer suspeita . Com a (ajuda) do seu Prof. , tudo pode ser possível !

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