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“Chegou a hora” de os EUA reconhecerem os Montes Golã como território israelita

Michael Reynolds / EPA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Donald Trump escreveu no Twitter que está na hora de os Estados Unidos reconhecerem a soberania do Estado hebraico sobre o território capturado à Síria em 1967.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu esta quinta-feira no Twitter que, “após 52 anos, chegou a hora de os Estados Unidos reconhecerem totalmente a soberania de Israel sobre os Montes Golã, que são de importância crítica para a estratégia e segurança do Estado de Israel e a estabilidade regional”.

O Estado hebraico conquistou este território à Síria na guerra de 1967 e, em 1981, anexou-o, estendendo a sua legislação e administração a todo aquele território. Esta situação não foi reconhecida pela comunidade internacional, escreve o Diário de Notícias. Os Montes Golã são um planalto rochoso com cerca de 1200 km2 situado a apelas 60 km da capital síria, Damasco.

O reconhecimento deste território, cuja soberania a Síria ainda continua a disputar, significaria uma viragem política americana uma semana antes de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, chegar a Washington para um encontro com Trump.

Netanyahu, que vai a eleições a 9 de abril, tem pressionado os Estados Unidos a reconhecerem a soberania de Israel sobre os Montes Golã. A possibilidade foi mencionada pelo próprio primeiro-ministro em fevereiro de 2017, no seu primeiro encontro com Donald Trump na Casa Branca.

Netanyahu já reagiu, agradecendo a posição do Presidente dos Estados Unidos. “Numa altura em que o Irão procura usar a Síria como plataforma para destruir Israel, o presidente Trump corajosamente reconhece a soberania de Israel sobre os Montes Golã”, escreveu no Twitter.

Em novembro, os Estados Unidos votaram contra uma resolução da ONU que considerava a anexação dos Montes Golã “nula e sem efeito” – foi o único país a votar contra, ao lado de Israel.

Governo sírio condena posição de Trump

“A posição dos Estados Unidos reflete o desrespeito do país pelas normas internacionais e uma flagrante violação pelo direito internacional”, reagiu, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio. As “declarações irresponsáveis” de Donald Trump reafirmam o “apoio ilimitado” de Washington ao “comportamento agressivo” de Israel.

 

Na nota agora divulgada, o Governo sírio assinalou as “políticas covardes” dos EUA. “Ficou claro para a comunidade internacional que os Estados Unidos, com as suas políticas covardes, regidas por uma mentalidade de hegemonia e arrogância, converteram-se numa ameaça à paz e estabilidade internacionais”, indicou.

De acordo com o texto, o anúncio de Trump viola a Resolução 497 de 1981 do Conselho de Segurança da ONU, adotada por unanimidade, e que rejeita categoricamente a ocupação israelita.

ZAP // Lusa

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