Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira que oferecem uma recompensa de cinco milhões de dólares (4,7 milhões de euros) pelo ex-ministro da eletricidade venezuelano, Luis Alfredo Motta Domínguez, e pelo ex-ministro das Finanças, Eustiquio José Lugo Gómez.
Os dois antigos governantes foram sancionados por Washington por “corrupção” na empresa estatal de eletricidade Corpoelec. O anúncio foi feito pelo Secretário de Estado, Mike Pompeo, num comunicado através do qual disse esperar receber informações que conduzam à prisão e condenação dos antigos funcionários da empresa.
“A ação de hoje segue-se à nomeação de Motta e Lugo em 28 de julho de 2020 (…) devido ao seu envolvimento em corrupção significativa, que resultou na impossibilidade de eles (e os seus familiares mais próximos) entrarem nos Estados Unidos”, explicou Pompeo.
Em 28 de julho, o Departamento de Estado anunciou sanções contra Motta Domínguez e Lugo Gómez, bem como contra as suas famílias. Pompeo explicou na altura que ambos “foram acusados de aceitar benefícios monetários, incluindo subornos, em troca de contratos lucrativos de fornecimento de equipamento para a Corpoelec, e de se apropriarem indevidamente de fundos públicos para o seu próprio enriquecimento”.
Os EUA observaram que a sanção inclui vários membros das suas famílias, e como resultado, todos eles estão proibidos de entrar nos EUA por tempo “indefinido”.
De acordo com as informações hoje adiantadas, Motta Domínguez foi nomeado presidente da Corporação Nacional de Eletricidade (Corpoelec) em 2015 e posteriormente ministro da eletricidade, enquanto Lugo Gómez foi vice-ministro das Finanças, Investimento e Aliança Estratégica no Ministério da Eletricidade, bem como diretor de compras na Corpoelec, sob a direção de Motta. Motta foi afastado do ministério e da presidência ao Corpoelec em 2019, após quatro anos no cargo.
Sobre ambos pendem também oito acusações, no Tribunal Distrital do Sul da Florida, incluindo uma de conspiração para cometer branqueamento de capitais e sete acusações de branqueamento de capitais, relacionadas com o alegado recebimento de subornos em troca de favorecimento de empresas.
O Departamento de Estado informou que os montantes oferecidos fazem parte do Programa de Recompensas do Crime Organizado Transnacional (TOCRP), que levou à justiça mais de “75 criminosos transnacionais e grandes traficantes de droga”, juntamente com o Programa de Recompensas de Narcóticos (NRP).
Os Estados Unidos pagaram mais de 130 milhões de dólares em recompensas por informações que conduzam a detenções, acrescenta a nota divulgada.
ZAP // Lusa