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EUA interceptam rockets disparados contra aeroporto de Cabul. Pentágono investiga mortes de civis

Na manhã de Segunda-Feira, foram interceptados mais cinco rockets disparados em direcção ao aeroporto de Cabul. Ainda não se sabe se há vítimas e o ataque ainda não foi reinvindicado.

Segundo uma fonte do governo americano, as defesas contra ataques aéreos dos EUA interceptaram pelo menos cinco rockets que foram disparados em direcção ao aeroporto de Cabul esta Segunda-Feira. Por enquanto, não há registo de vítimas e o aeroporto mantém-se aberto, de acordo com a fonte citada pelo The New York Times.

Os rockets terão sido disparados a partir de veículos e atingiram várias zonas da capital do país. Os responsáveis ainda não foram identificados.

Joe Biden já foi informado do ataque. “O Presidente foi informado de que as operações continuem sem interrupção no HKIA (aeroporto de Cabul) e repetiu a sua ordem que os comandantes dobrem os seus esforços para priorizar fazer tudo o que for preciso para proteger as nossas forças no terreno“, afirma Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, num comunicado citado pela BBC.

Várias imagens nas redes sociais e canais de televisão locais mostram os danos causados pelos rockets em casas e veículos um pouco por toda a capital afegã.

Pentágono investiga ataque de drone de Domingo

Esta intercepção segue-se ao ataque com drone que os Estados Unidos levaram a cabo contra um veículo carregado com explosivos em Cabul no Domingo, que o exército americano diz ter tido como alvo “múltiplos bombistas suicidas”. No entanto, a imprensa afegã afirma que o ataque causou a morte de nove civis, incluindo crianças.

O bombardeamento de Domingo frustrou uma “ameaça iminente” contra o aeroporto do ISIS-Khorasan, afirmou um porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos. Os responsáveis do exército confirmam a possibilidade da morte de civis e abriram uma investigação.

“Estamos cientes de relatos de mortes de civis a seguir ao nosso ataque no veículo em Cabul hoje. Ainda estamos a avaliar os resultados deste ataque. Ficaríamos profundamente tristes com a potencial perda de vidas inocentes“, afirma Bill Urban, porta-voz do Comando Central.

Samim Shahyad, um estudante de jornalismo de 25 anos, conta que o bombardeamento matou o seu pai, dois irmãos, quatro primos, a sua sobrinha e o noivo da sua irmã. “Os aviões americanos atacaram-nos. Não sei o que dizer, eles cortaram-me os braços e partiram-me as costas. Não posso dizer mais nada”, diz ao NYT.

Estes bombardeamentos seguem-se aos ataques de Quinta-Feira no aeroporto, que mataram pelo menos 170 pessoas. Joe Biden prometeu vingança e o governo americano revelou ter matado o membro do ISIS-K que foi o cérebro dos ataques com um drone pouco tempo depois.

Já foram retiradas mais de 114 mil pessoas desde que os talibã regressaram ao poder a 15 de Agosto. Milhares de afegãos desesperados para sair do país continuam no aeroporto na esperança de conseguirem refúgio.

Recorde-se que o prazo para a saída das forças norte-americanas e o fim da mais longa guerra da história dos Estados Unidos acaba já amanhã. As estimativas mais conservadoras apontam que o conflito, que começou em 2001, terá causado a morte de cerca de 47 mil civis.

AP, ZAP //

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