Depois de mais combates este domingo perto da cidade de Fallujah e em Ramadi, a oeste de Bagdad, agora sob o controlo total ou parcial da Al-Qaeda, Washington já avisou que vai ajudar Bagdad mas não com tropas no terreno.
De acordo com a agência France Presse no terreno, há combates a decorrer nas duas cidades iraquianas, sem contudo se saber exatamente quais os envolvidos nesta luta, a não ser que na última semana a violência irrompeu entre quatro fações: as forças de segurança, os seus aliados tribais, o Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL, afiliado da Al-Qaeda) e as forças contra o governo do Conselho Militar das Tribos.
Washington já fez saber que vai ajudar Bagdad na sua batalha contra a Al-Qaeda, mas avançou que não haverá qualquer retorno das tropas dos Estados Unidos e que esta é uma luta do Iraque.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que Washington estava “muito preocupada” com o ressurgimento de EIIL, mas afirmou que não está previsto um retorno das tropas norte-americanas ao terreno, depois da sua retirada em dezembro de 2011.
“Não prevemos obviamente um regresso, não prevemos voltar a por tropas no terreno, esta é uma luta deles”, disse John Kerry, em Jerusalém, onde se encontra.
O EIIL tomou o controlo de Fallujah, a 60 quilómetros de Bagdad, e de certos distritos de Ramadi, a 100 quilómetros da capital.
Os combates irromperam na área de Ramadi na segunda-feira, quando as forças de segurança removeram o principal acampamento do protesto anti-governo que tinha sido montado depois das manifestações que eclodiram no final de 2012 contra o que os árabes sunitas consideravam ser a marginalização da sua comunidade.
A violência estendeu-se para Fallujah e as forças de segurança retiraram-se de determinadas áreas das duas cidades, deixando o caminho livre para o EIIL.
Esta é a primeira vez que os combatentes ligados à Al-Qaida assumem o controlo direto das áreas urbanas, desde a sangrenta rebelião que se seguiu à invasão dos Estados Unidos em 2003, e em que estas cidades foram os principais bastiões dos Estados Unidos.
Só na sexta-feira e no sábado, a violência nas duas cidades causou mais de 160 mortos, sobretudo entre os militantes do EIIL
/Lusa