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EUA prometem consequências se vice-presidente do Parlamento venezuelano continuar detido

David Maxwell / EPA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

A embaixada virtual dos Estados Unidos (EUA) em Caracas advertiu as autoridades venezuelanas, através das redes sociais, de que “haverá consequências” se o vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, continuar detido.

A conta oficial da embaixada dos EUA no Twitter – utilizada pelo presidente Donald Trump para anunciar medidas ou demitir membros da administração – é administrada a partir de Washington pelo Departamento de Estado, informou nesta quinta-feira o Diário de Notícias.

“A detenção arbitrária de Edgar Zambrano pelas forças de segurança opressivas de [Nicolás] Maduro é ilegal e imperdoável”, escreveu quarta-feira a embaixada, cuja sede está na capital norte-americana.

“Se ele não for libertado imediatamente, haverá consequências”, advertiu o Departamento de Estado – quando, escreveu esta quinta-feira o Washington Post, Donald Trump está a questionar a “estratégia agressiva” da sua própria administração para a Venezuela, numa lógica intervencionista contrária à sua posição isolacionista dos EUA.

Membros do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (SEBIN, serviços secretos) detiveram na quarta-feira o vice-presidente da Assembleia Nacional (AN, dominada pela oposição), anunciou Edgar Zambrano , na sua conta do Twitter.

“Fomos surpreendidos pelo SEBIN, como nos negámos a sair da nossa viatura usaram uma grua para transportar-nos de maneira forçada diretamente ao Helicoide [prisão do SEBIN]. Nós, democratas, vamos continuar a lutar”, escreveu o parlamentar.

Noutra mensagem, publicada na mesma rede momentos antes, o deputado alertava o povo venezuelano de que se encontrava dentro da sua viatura, junto da sede do seu partido, a Ação Democrática, em La Florida (centro-leste de Caracas), “cercado pelo SEBIN”.

Na sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela acusou o vice-presidente do parlamento de vários crimes, como traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o chefe de Estado, Nicolás Maduro.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da AN, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.

Juan Guaidó contou de imediato com o apoio de mais de 50 países, incluindo os EUA e a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, que o reconheceram como Presidente interino, encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013, recusou o desafio de Juan Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada por Washington.

À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

TP, ZAP //

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