A Força Aérea dos Estados Unidos da América abateu este domingo mais um objeto voador não identificado, o quarto em pouco mais de uma semana.
Desta vez o objeto sobrevoava o Lago Huron, no estado do Michigan, na região dos Grandes Lagos, a 20 mil pés de altitude. O objeto foi abatido “por precaução”, uma vez que representava um risco de segurança para a aviação comercial.
“Estamos a chamar-lhe objetos, e não balões, por alguma razão”, sublinhou o General Glen VanHerck, citado pela Reuters.
O objeto suspeito abatido este domingo não é necessariamente um alegado balão espião chinês, como o que passou quase uma semana a sobrevoar o espaço aéreo norte-americano e canadiano antes ser abatido por aviões dos EUA, na semana passada.
O objeto é descrito como uma “estrutura octogonal” e os seus destroços ainda não foram recuperados. Não são conhecidos mais detalhes sobre este objeto e há pouca informação sobre os últimos dois que foram derrubados na sexta-feira e no sábado
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau anunciou também este sábado que as forças armadas abateram um objeto voador não identificado a grande altitude, no norte do Canadá, repetindo uma ação semelhante dos EUA, na sexta-feira.
Estas ações militares nos céus da América do Norte acontecem num quadro de escalada de tensão entre os EUA e a China. O clima de pré-campanha eleitoral nos EUA que pode ter pressionado a Casa Branca.
A ação – ou inação – dos Estados Unidos sobre o que fazer com o suposto balão espião tornou-se um tema de debate acalorado. Os adversários republicanos do presidente Joe Biden criticaram a sua demora em derrubar o balão, que já tinha sido identificado vários dias antes.
O ex-presidente Donald Trump disse que nenhum balão desse tipo voaria sobre os EUA durante a sua governação — apesar das evidências indicarem que três desses balões voaram sem serem detetados na altura.
O incidente com o balão é um exemplo de tensões crescentes e espionagem entre a China e os EUA – mas é diferente em grande parte porque ocorreu em público, em território americano e a desavença diplomática subsequente recebeu muita cobertura dos media.
A China justificou que o balão abatido pelos EUA era de uso civil e tinha sido desviado pelos ventos. No entanto, um novo balão chinês foi encontrado dias depois na América Latina, pondo em causa a explicação de Pequim.
O governo de Taiwan tem observado, nos últimos anos, vários alegados balões espiões chineses no espaço aéreo da ilha, noticiou o jornal FinancialTimes. “Vêm com muita frequência, o último há apenas algumas semanas”, disse um responsável de Taiwan.
Também este domingo, o Governo chinês disse que se preparava para abater um “objeto voador não identificado” perto da cidade costeira de Rizhao. Pode ser a primeira ação de retaliação por parte da China.
Reino Unido vai rever segurança de espaço aéreo
O Reino Unido vai rever a segurança aérea do país, na sequência da recente descoberta de alegados balões espiões a sobrevoar o continente americano, avançou o jornal The Telegraph.
O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, anunciou que o Reino Unido, os Estados Unidos e outros parceiros vão trabalhar juntos para rever a segurança e analisar o perigo representado pelos balões.
A revisão vai servir para decidir se é necessário introduzir alterações na vigilância do espaço aéreo britânico, disse o responsável ao jornal.
“O Reino Unido e os aliados vão rever o que essas invasões no espaço aéreo significam para a nossa segurança. Esse desenvolvimento é mais um sinal de como o cenário global de ameaças está a mudar para pior”, salientou Wallace.
Membros do Parlamento britânico já tinham alertado que os balões podem ter sobrevoado território britânico, uma possibilidade que o Ministério da Defesa se recusou a descartar.