Balão espião chinês foi abatido por caças da Força Aérea dos EUA

ZAP // Space Perspective

A Força Aérea dos Estados Unidos abateu hoje o balão espião chinês que sobrevoava o país, logo que o aparelho ficou sobre as águas do Oceano Atlântico, informaram fontes oficiais citadas pelos ‘media’ norte-americanos.

O balão espião chinês que esta quinta-feira foi visto a sobrevoar “locais sensíveis” nos EUA foi este sábado abatido pela Força Aérea norte-americana.

De acordo com fontes militares, está em curso uma operação para recuperar os destroços do balão, que foi abatido sobre as águas da costa leste dos Estados Unidos, quando voava a cerca de 18 mil metros de altitude.

O balão foi abatido por aviões caças da Força Aérea, segundo fontes militares, e testemunhas dizem ter visto um míssil atingir o dispositivo.

O momento em que o balão espião é abatido foi captado em video por alguns utilizadores e tem estado a ser partilhado no YouTube.

Esta sexta-feira, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos revelou estar a monitorizar os movimentos de um balão espião chinês que se encontrava a sobrevoar a alta altitude o território norte-americano.

De acordo com William Kim, perito citado pelo The National News, estes balões poderão estar a ser controlados por inteligência artificial.

O especialista em vigilância de balões considera que estes aparelhos são “meios de observação muito úteis — e muito difíceis de abater“.

A pedido do presidente Joe Biden, o Pentágono considerou derrubar este balão, mas decidiu não o fazer devido aos riscos potenciais que os destroços representavam para quem está no solo, adiantou um alto funcionário da Defesa dos EUA.

“Consideramos que era suficientemente para que os destroços causassem estragos” se for abatido numa zona povoada, destacou a mesma fonte, citada pela agência France-Presse (AFP).

“Claramente, este balão destina-se à vigilância e a sua atual trajetória leva-o a locais sensíveis”, incluindo silos nucleares, acrescentou o porta-voz do Pentágono, referindo-se ao Estado de Montana, no oeste dos Estados Unidos.

O balão foi avistado sobre o estado de Montana, no nordeste do país, onde se encontra um dos três locais de silos de mísseis nucleares em solo norte-americano.

Os outros silos estão localizados em dois estados limítrofes do Montana: Dakota do Norte, a leste, e Wyoming, a sul.

Em entrevista à DW, o especialista em segurança internacional Ian Chong explica que, embora não se conheçam muitos detalhes sobre estes balões, poderiam ser usados para recolher uma grande variedade de dados.

“Esses balões de alta altitude em geral têm uma série de funções. Podem fazer qualquer coisa, desde recolher imagens até amostras de ar e mesmo dados de intelligence militar”, diz Chong.

O incidente ocorreu antes da visita de dois dias do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à China, marcada para este domingo, a primeira viagem de um representante dos Negócios Estrangeiros dos EUA ao rival asiático desde 2018, que foi entretanto adiada.

Numa reação inicial ao caso, a China pediu que não se “especulasse”. “Até que os factos sejam esclarecidos, a especulação e a agitação não ajudam a resolver corretamente esta questão”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Ainda esta sexta-feira, Pequim admitiu que o balão lhe pertence, mas garantiu tratar-se de “um dirigível civil utilizado para fins de pesquisa meteorológica”.

O ministério dos Negócios Estrangeiro chinês lamentou o ocorrido e assegurou que o balão, que tem uma “capacidade limitada de auto-direção, se desviou muito do seu percurso previsto” por causa dos ventos.

Este sábado, Wang Yi, diretor da Comissão de Negócios Estrangeiros do Partido Comunista Chinês, pediu aos Estados Unidos que mantenham a calma.

A China é um país responsável, que se rege estritamente pelas leis internacionais”, garantiu em nota de imprensa o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, cujo cargo atual o torna a mais alto responsável diplomático do país.

Os Estados Unidos anunciaram entretanto ter sido detetado um segundo balão a sobrevoar a América Latina, sem especificar a sua localização exata.

“Temos conhecimento de relatos de um balão a sobrevoar a América Latina. Estamos a avaliar se é mais um balão de vigilância chinês”, disse o porta-voz do Pentágono, brigadeiro Pat Ryder, numa declaração enviada à imprensa.

Também o jornal costa-riquenho La Nacion publicou um artigo sobre um objeto voador branco, semelhante a um balão de ar quente, avistado sobre o país latino-americano.

ZAP // Lusa

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