“Eu sou a rainha de Inglaterra”, diz a Ministra da Saúde

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Filipe Amorim / Lusa

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins

A ministra da Saúde considerou-se hoje a “rainha de Inglaterra” por estar impossibilitada de nomear e exonerar gestores hospitalares e alertou para o “risco enorme” da falta de diretor clínico no centro hospitalar Lisboa Central.

Ouvida na comissão parlamentar de Saúde, Ana Paula Martins explicou que uma norma na Lei do Orçamento do Estado indica que “só o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde pode nomear pessoas, gestores para as Unidades Locais de Saúde (ULS) até ao final de 2024”.

“Vou dizer isto correndo o risco de ser um ‘headline’ amanhã nos jornais”, disse a ministra da Saúde, aparentemente com razão: “eu sou a rainha de Inglaterra“.

“Eu não posso nem nomear, nem exonerar. Também não estou interessada em exonerar, mas em nomear estava”, adiantou a ministra aos deputados.

Segundo referiu, é “muito grave” que a Unidade Local de Saúde São José, que equivale ao antigo Centro Hospitalar Lisboa Central e junta oito hospitais, esteja há mais de um ano sem diretor clínico.

“Aqui é muito claro porque eu pedi diretamente à direção executiva do SNS para nomear a pessoa que nos era proposta, ou outra escolhida pela direção executiva, e foi-me recusado. E isso acho que é muito grave. É muito grave não haver diretor clínico num dos maiores hospitais do país”, alertou a governante.

De acordo com Ana Paula Martins, a direção clínica é “fundamental para a organização da hierarquia médica e para dar respostas objetivas do ponto de vista assistencial” num hospital.

“É muito grave, sim, haver situações em que não temos diretor clínico há mais de um ano. E eu pergunto como é que a Ordem dos Médicos, com quem temos uma extraordinária colaboração, ainda não se insurgiu com essa matéria”, questionou a ministra da Saúde.

A ministra foi hoje ouvida, a pedido do grupo parlamentar do PS, sobre a demissão, no final de abril, do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, o médico Fernando Araújo,

Segundo referiu na altura o então diretor executivo do SNS, a “difícil decisão” de se demitir permitiria que a nova tutela pudesse “executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual DE-SNS possa ser considerada um obstáculo à sua concretização”.

Fernando Araújo foi entretanto substituído na chefia executiva do SNS o tenente-coronel-médico António Gandra d’Almeida.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. No manicómio , alguns também pretendem ser o J.Cristo , Napoleão etc…… ! . Mais uma verborreia infeliz deste membro do Governo , entre outros que também nos brindaram com certas elucubrações !

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