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“Amo esta palavra”. É portuguesa, inefável, e inspirou a nova música de Éric Cantona

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Éric Cantona acaba de se lançar no mundo da música. A palavra “saudade” inspirou o antigo futebolista para escrever a canção “The Friends We Lost”.

Fez arte dentro de campo, durante quase 20 anos, mas, não satisfeito, Éric Cantona levou a veia artística para fora das quatro linhas.

Depois de se ter retirado do futebol profissional, em 1997, Cantona já experimentou cinema, teatro, fotografia e até pintura. Agora, chegou a vez da música.

“The Friends We Lost” é o nome da canção que o antigo internacional francês acaba de lançar.

A viver em Lisboa desde 2014, Cantona diz-se apaixonado pela palavra “saudade”, que o incentivou a escrever a sua primeira melodia.

“Lisboa foi uma verdadeira descoberta. E continua a ser. É uma cidade inspiradora e com uma energia muito forte. Estou verdadeiramente apaixonado por ela”, disse o ex-jogador, numa entrevista à revista Visão, em 2016.

Ao The Guardian, “Le Roi” tentou explicar o ‘sentimento exclusivamente português’ que o inspirou: “É quando nos lembramos de alguma coisa, por exemplo da nossa avó e temos a grande sensação de voltar a vê-la, só que um segundo depois percebemos que não a veremos mais, porque ela está morta. Isso é saudade”.

Essa é a emoção que o tema “The Friends We Lost” lhe suscita: “Eu amo essa palavra. É mais do que arrependimento. É este pequeno momento”, confessou.

“Eu posso fazer tudo, menos ser humilde”

Cantona revelou ao The Guardian que este será o primeiro de muitos lançamentos, antes de subir ao palco: “Sou bom o suficiente para escrever canções, e escrevi talvez 30. Fiz isso para subir ao palco, porque adoro a conexão com o público – futebol, teatro, música… Para mim, a música era o sonho“.

Numa entrevista ao Le Parisien, o ex-jogador da seleção francesa confessou que canta “para viver momentos de êxtase”.

A antiga estrela do futebol – e agora da música – mundial também falou sobre o processo de criação artística: “Eu fiz a letra, escrevi a música, escrevi o vídeo e dirigi o vídeo. Eu posso fazer tudo, menos ser humilde“, brincou Cantona.

“Sempre pensei que cantar num palco diante de uma plateia deve ser a experiência mais intensa que pudesse proporcionar uma adrenalina semelhante à criada pelo desporto“, perspetivou Cantona.

“Haverá imperfeições naquilo que vou propor, mas gosto desses incidentes que dão origem a grandes momentos. No próximo ano terei uma banda, mas por enquanto vou começar com um piano para tocar em locais intimistas”, revelou.

“O Rei” – como era chamado no mundo do futebol – anunciou que, a partir de outubro, vai estar em digressão, com concertos em Manchester, Londres, Dublin, Lyon, Genebra, Marselha – de onde é natural – e Paris.

 

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“Vou começar em Manchester porque é uma cidade que me marcou tanto pelo futebol, claro, mas também pelo ambiente em geral”, explicou.

Cantona jogou no Manchester United entre 1991 e 1997, tempo suficiente para ter entrado para o “Hall of Fame” da Liga Inglesa – como uma das maiores lendas não só dos red devills como também do futebol inglês.

“1966 foi uma grande ano para o futebol inglês [ano em que a seleção inglesa ganhou o Mundial]. Nasceu Éric” – frase icónica de Cantona.

 

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Cantona retirou-se do futebol profissional há 26 anos. Desde então, já foi campeão do mundo de futebol de praia, dirigente desportivo, ator, fotógrafo, pintor, e lança-se agora no mundo da música.

“King Eric”, um ‘faz tudo’ irreverente, prazer.

Miguel Esteves, ZAP //

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