Aeroporto: relatório “inclinado” e com erro técnico a favor de Alcochete e Vendas Novas

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José Sena Goulão / Lusa

A Coordenadora Geral da Comissão Técnica Independente (CTI), Maria do Rosário Partidário

A metodologia utilizada pela comissão técnica independente beneficia esses dois locais, lê-se no próprio relatório.

Na semana passada foi publicado o relatório preliminar da comissão técnica independente criada para o novo aeroporto de Lisboa.

A comissão é responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa.

O Campo de Tiro de Alcochete é identificada como a melhor. A segunda opção é Vendas Novas.

No entanto, a página 320 do próprio relatório mostra que este estudo ficou condicionado pela metodologia.

“Uma decisão robusta sobre os impactos reais, do ponto de vista económico, do cenário que inclui o projeto da Alta Velocidade e a Terceira Travessia do Tejo, deverá ter em consideração todos os custos (económico, social e ambiental) e benefícios. Nesta análise, naquele cenário, apenas se consideram os benefícios da redução do tempo no acesso ao aeroporto, mas não os respetivos custos“.

Por isso, continua o documento, “esta limitação altera a avaliação relativa das opções estratégicas, beneficiando as localizações Alcochete e Vendas Novas“.

Ou seja, a avaliação feita a todas as opções já beneficiou à partida Alcochete e Vendas Novas.

Rui Trindade, economista especialista em análise de custo-benefício, disse na CNN Portugal: “Quem escreveu esta frase quis transmitir uma mensagem muitíssimo clara: o estudo não é credível, tem um erro técnico, e esse erro técnico desenha um plano inclinado a favor da localização de Alcochete e de Vendas Novas”.

Rui Trindade reforça que esta análise custo-benefício inflacionou a procura por um aeroporto em Alcochete ou Vendas Novas – com uma ponte e com uma ligação ferroviária que não existem, nem sequer estão decididas.

A análise a este cenário deveria ter contrabalançado a análise com os custos dessas obras.

Rosário Partidário, coordenadora da Comissão Técnica Independente, assume essa limitação – mas não a justifica.

ZAP //

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10 Comments

  1. O Montenegro já disse que vai criar um gabinete para estudar o estudo. Tenho impressão que esse futuro estudo vai inclinar-se para o Montijo…

  2. Na margem esquerda “Jamais”. O homem tinha razão. Porquê na margem esquerda , em território de acessibilidades próprias (ponte e vias ) inexistentes ? Tenham juízo. Não hipotequem mais o nosso futuro e o nosso progresso.

  3. Aeroportos Internacionais no Continente : …………1 no Norte , 1 no Centro e 1 no Sul . Se precisar de viajar de Avião , como já me aconteceu varias vezes , tenho que percorrer 90 Km . Num País como o nosso a Ferrovia deveria ser a prioridade !

  4. 90% dos passageiros são para Lisboa e norte Tejo. Porquê um aeroporto na margem sul. Resposta: porque o nível de comissões e investimento é mais elevado e vai alimentar um volume maior de corruptos e poluição com as enormes deslocações desnecessárias. Os indianos da TVDE vão adorar a ideia.

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