Alunos, pais e diretores defendem que o Governo deve equacionar o adiamento das provas nacionais na sequência dos impactos do novo coronavírus, Covid-19.
As aulas estão suspensas desde o início da semana. Apesar do regresso à escola estar previsto para 13 de abril, depois da Páscoa, só a evolução da pandemia poderá determinar quando o ensino voltará à normalidade.
Enquanto isso, os estudantes aprendem à distância. Porém, de acordo com um aluno ouvido pelo jornal Público, a produtividade não é a mesma.
Já Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), diz ao mesmo jornal que não há garantias de equidade. “Nem todas as famílias têm um computador, telemóvel ou ligação à Internet para poderem manter o contacto com os professores”, explica.
Mais de 5% dos agregados familiares com filhos até aos 15 anos não têm acesso à Internet em casa. Há escolas a emprestar tablets aos alunos que não dispõem de material informático e outras que disponibilizam os materiais de trabalho em papel aos encarregados de educação que não têm possibilidades de os imprimir em casa.
A aprendizagem também é diferente: alguns professores dão prioridade ao envio de materiais e exercícios para os alunos trabalharem em casa, outros estão a fazer aulas completas em videoconferência.
Estas desigualdades e incertezas no calendário levam os estudantes a defender o adiamento dos exames nacionais, com início marcado para 15 de junho.
Também a Confederação das Associações de Pais (Confap) diz, segundo o Público, que “se esta situação se prolongar, obviamente os exames têm que ser adiados”.
O ano letivo “já está desregulado” e por isso, qualquer solução que possa dar resposta, será uma boa solução”, considera Manuel Pereira, da ANDE, que atira mesmo a hipótese de os exames serem realizados em agosto, setembro ou outubro.