Estado paga a renda, mas as casas estão vazias. Ninguém sabe porquê

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Estado gastou cerca de 3 milhões de euros com o programa de Costa “Arrendar para Subarrendar”. Erros sem explicação deixam dezenas de casas vazias — algumas em Lisboa, onde a habitação é mais crítica. Até os senhorios estão confusos.

O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) gastou 2,8 milhões em rendas no programa “Arrendar para Subarrendar”, herança do pacote de medidas para a habitação do anterior governo.

O objetivo era “aumentar o ‘stock’ de habitação pública”. Eram 290 casas — inicialmente a meta seriam 350 — , que o governo alugava (com a taxa de esforço máxima de 35% do rendimento) para, como o nome indica, subarrendar a inquilinos que se candidatavam a um concurso. Em média, o Estado paga 1.180 euros por mês por cada casa.

No entanto, conforme avança o DN, 80% dessas habitações estão vazias, algumas na problemática Área Metropolitana de Lisboa. Só um quinto dos imóveis (62) estão a ser efetivamente ocupados.

E não é por fala de candidatos: terão havido 2.732 inscritos no programa, cerca de 10 vezes mais do que as casas disponíveis. No entanto, um erro no sistema fez com que os sorteios fossem anulados. Apenas 2,3% dos inscritos conseguiram casa.

Ainda assim, ninguém consegue explicar porque é que continuam sem haver inquilinos na casa, e porque é que o Estado está a “pôr dinheiro fora”.

Até fontes anónimas dentro do projeto, membros da equipa técnica, questionam a eficácia do programa e criticam o desperdício de dinheiro em vão.

É muito frustrante, uma desilusão. Não via isto como exclusivamente um negócio, achei que estava a contribuir para uma solução. Claro que estou a pagar outra casa, onde vivo com a minha família, e faz-me falta o dinheiro, mas saber que ao fim de um ano o apartamento está ali vazio, com tanta gente a precisar de um sítio onde morar, é muito mau. E pensas: é assim que gastam o dinheiro dos contribuintes?”, lamenta um dos senhorios que aluga a sua casa ao Estado, Filipe Ribeiro.

Agora, o governo admite ao DN que o plano foi “suspenso para avaliação”, mas, segundo a Estamo, a empresa estatal responsável pelo aluguer dos imóveis, o IHRU terá decidido suspender a medida antes da anulação dos sorteios e da mudança de governo.

ZAP //

1 Comment

  1. Aprendizes de politica, que nem sabem que nada sabem, mas que julgam e afirmam saber tudo e nada têm para aprender.
    É “isto” que nos (des)governa.
    O pior do ser humano, que dificulta o presente e compromete o futuro.
    Estranhamente, há quem aplauda…

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