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Estado injeta mais de 518 milhões de euros na CP

Miguel A. Lopes / Lusa

O Estado determinou a entrada de mais de 518 milhões de euros “em numerário” na CP para “cobertura de resultados transitados negativos”, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A transportadora informou que o Estado “determinou a entrada de capital, em numerário, no valor global de 518.616.538 euros, para cobertura de resultados transitados negativos”.

Segundo explicou à agência Lusa fonte da CP, este valor será usado “exclusivamente” no reembolso de um empréstimo obrigacionista que vence em outubro.

Em outubro de 2009, o Governo autorizou a CP a emitir um empréstimo obrigacionista de 500 milhões de euros, destinado a financiar o passivo de curto prazo da empresa, segundo um despacho publicado em Diário da República. A operação, com um prazo de 10 anos, contava com a “garantia pessoal do Estado”.

Em abril deste ano, a CP anunciou que tinha reduzido os prejuízos em 5,6% no ano passado, atingindo os 105,6 milhões de euros, face aos 112 milhões registados em 2017.

No relatório e contas da empresa, a CP revela que atingiu no ano passado 259 milhões de euros em proveitos de tráfego, um aumento de 3,7% em relação a 2017, com o crescimento de 3,5% do número de passageiros transportados, num total de 126,2 milhões. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da transportadora, pelo contrário, reduziu-se em 15%, para 9,4 milhões de euros.

Os gastos operacionais da empresa subiram 4,3%, fixando-se em 279 milhões de euros, de acordo com o mesmo documento.

Numa mensagem publicada no relatório, o presidente da CP, Carlos Nogueira, lembrou que “a empresa depara-se com fortes constrangimentos à sua atividade decorrentes do atraso na concretização de investimentos na infraestrutura ferroviária, da obsolescência e vetustez do parque de material circulante, sem a correspondente substituição e da desadequação do quadro de efetivos dos diferentes níveis às necessidades funcionais”.

O presidente da CP disse ainda que são “absolutamente cruciais” os planos de recrutamento previstos de 2018 e 2019 “que aguardam aprovação superior”.

E avisou mesmo que, caso não sejam cumpridos, “será inevitável a redução da oferta e, em consequência, o não cumprimento dos níveis de serviço preconizados no Contrato de Serviço Público”.

// Lusa

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