No estado norte-americano do Illinois, uma iniciativa pioneira vai começar a exigir que os profissionais de beleza tenham formação para conseguirem identificar clientes que sejam vítimas de violência doméstica.
A partir de janeiro de 2017, o estado do Illinois, nos Estados Unidos, vai pôr em prática uma iniciativa pioneira para ajudar a travar a violência doméstica.
Em causa estão os cursos que as pessoas fazem para poderem ter a licença para ser, por exemplo, cabeleireiras, manicures e esteticistas. O estado norte-americano quer incluir uma hora nessas formações com conteúdos sobre violência doméstica e agressão sexual.
A lei, aprovada pelo governador republicano Bruce Rauner em agosto passado, é considerada a primeira do género no país.
Mas o que é que beleza tem a ver com estes temas, pergunta o leitor. O objetivo desta legislação é aproveitar o relacionamento próximo que estes profissionais de beleza costumam ter com os seus clientes, quer sejam homens ou mulheres.
Por isso, a ideia é que estas pessoas recebam treino para aprender não só a reconhecer sinais de violência, como também a lidar com a situação e até a encaminhar as vítimas aos serviços de apoio especializado.
Esta formação deve ser repetida a cada dois anos, como uma exigência para que a sua licença seja renovada. Apesar disso, a lei deixa claro que os profissionais não têm obrigação de denunciar os casos de abuso e não são punidos se optarem por não o fazer.
“Muitas pessoas que sofrem abusos vivem isoladas, extremamente controladas e não têm muitas oportunidades de pedir ajuda”, diz à BBC Megan Duesterhaus-AuBuchon, diretora-executiva da Quanada, organização que oferece abrigo e apoio a vítimas de violência doméstica nesse estado.
“A ida ao cabeleireiro ou à manicure é uma das raras vezes em que estão sozinhas ou longe do agressor. É a oportunidade de pedir ajuda“, explica.
Os especialistas e responsáveis pela lei destacam que a ideia não é transformar estes profissionais em terapeutas, mas simplesmente garantir que têm as orientações e os contactos necessários para saber como proceder nesses casos.
Segundo o Center for Disease Control and Prevention, ligado ao Departamento de Saúde dos EUA, uma em cada quatro mulheres e um em cada sete homens no país já foi vítima de violência física grave por parte do cônjuge.
ZAP // BBC
Considero uma medida muito positiva e que faz, de facto, sentido.