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Esquema de venda de droga na darkweb. Fortuna em bitcoins fica nas mãos do Estado

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Pedro e Rita vendiam droga para todo o mundo na darkweb. Agora, a fortuna em bitcoins acabou por ficar nas mãos do Estado.

Pedro, um engenheiro informático, e Rita, uma web designer, montaram um esquema para comprar e vender drogas para todo o mundo. Enquanto que Pedro dominava a informática e todos os esquemas e atalhos da darkweb, Rita era a criadora das páginas que promoviam os produtos.

Durante seis meses o casal atraiu clientes de dezenas de países para onde vendiam haxixe, canábis e drogas sintéticas. Tanto a sofisticação do esquema como os lucros alcançados pelo casal surpreenderam a Polícia Judiciária (PJ) e os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), responsáveis pelo inquérito.

Quando foram detidos, em julho de 2017, por tráfico internacional de droga, tinham em sua possa mais de 30 mil euros, enquanto que nas contas da darkweb tinham arrecadado 64,28984671 bitcoins, que à taxa de câmbio alcança quase meio milhão de euros.

De acordo com o Diário de Notícias, o casal ouviu a sentença na semana passada. Pedro assumiu toda a responsabilidade do esquema e livrou Rita de uma pena, tendo sido condenado a seis anos e quatro meses de prisão por tráfico agravado e branqueamento.

Todo o dinheiro apreendido, incluindo a fortuna em bitcoins, reverte agora a favor do Estado. O elevado valor em causa é o maior, até agora, conhecido em Portugal.

“Para a investigação foi uma novidade a forma como trocavam as bitcoins em dinheiro corrente. Causou um grande impacto a pequena fortuna alcançada e todo o esquema de venda de drogas pela darkweb, com pagamentos em bitcoins, e a remessa pelos correios para quase todos os continentes”, referiu um dos investigadores, ao DN.

A darknet, ou darkweb, é o nome dado a uma rede fechada e anónima na Internet em que é praticamente impossível identificar os utilizadores. Nestas redes o IP do utilizador é redirecionado para um servidor fantasma, impossibilitando assim a localização correta.

O casal recebia encomendas de droga de inúmeros clientes, via Internet, em sites em que o pagamento do preço anunciado em euros é automaticamente efetuado por referência da criptomoeda bitcoin.

Os produtos eram colocados dentro de envelopes almofadados, selados em vácuo, sempre camuflados com outras embalagens, como caixas de telemóveis, e enviados pelo correio não só para destinos nacionais como para qualquer país estrangeiro.

O matutino refere ainda que as pesquisas dos investigadores aos dados das Finanças permitir averiguar que Pedro não apresentou quaisquer rendimentos à administração fiscal desde o ano de 2012 até 2017 e teve uma vantagem de atividade criminosa no valor total de 94 672,22 euros e 61,985681 bitcoins.

Por sua vez, Rita declarou rendimentos entre o ano de 2012 e 2015 em sede de IRS, sendo apurado como valores incongruentes e vantagem da atividade criminosa um total de 51 406,87 euros, mais cerca de três bitcoins (à taxa de domingo, mais de 18 mil euros).

ZAP //

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