O comentador do Benfica terá recebido documentos internos confidenciais da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) através de um membro do Conselho Fiscal da entidade, Horácio Piriquito. A FPF já fez denúncia do caso à Polícia Judiciária.
A revista Sábado noticia nesta quarta-feira, na sua edição online, que Pedro Guerra, ex-director de conteúdos da Benfica TV, terá recebido documentos internos da FPF, através de Horácio Piriquito, membro do Conselho Fiscal do organismo.
Em causa estão documentos internos e confidenciais da federação, “relacionados com auditorias trimestrais” e que “não eram de divulgação pública”, adianta a revista. Fonte da FPF confirmou que se tratam de relatórios “internos, sem acesso público”.
Perante isto, a federação anunciou que fez uma denúncia à Polícia Judiciária e à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a situação.
“Por em causa poder estar a violação de segredo, a FPF denunciou o referido facto à Polícia Judiciária, disponibilizando-se para os procedimentos entendidos por convenientes”, lê-se num comunicado da FPF, que vai propor também a destituição de Horácio Piriquito.
A FPF acrescenta que remeteu ainda “o conteúdo do artigo publicado [pela Sábado] para o Conselho de Justiça” e que vai “requerer a realização de uma Assembleia-Geral extraordinária para discussão e votação da proposta de destituição” de Piriquito “por violação grave de deveres estatutários“.
Trocas de emails entre Guerra e Piriquito
Esta alegada fuga de informação da FPF está relacionada com o caso dos emails que implica o Benfica num alegado esquema de corrupção de árbitros e de influências no mundo do futebol.
A Sábado transcreve extractos de emails alegadamente trocados entre Pedro Guerra e Horácio Piriquito, em Setembro de 2015, logo depois de o comentador ter supostamente recebido um dos relatórios internos da FPF.
O comentador escreve que guardará “religiosamente e de forma confidencial, claro!” o documento e questiona o elemento do Conselho Fiscal da Federação sobre “uns devedores manhosos” que deixavam a instituição “pendurada”, cita a revista.
Na resposta, Piriquito refere, segundo a mesma publicação, que “muitas vezes são as associações que estrangulam ou beneficiam os clubes, conforme os alinhamentos ‘clubísticos’”. O elemento da FPF explicava, ainda, que essa situação justifica “as corridas do SLB e do FCP ao domínio das associações“.
“Se uma associação é portista pode atrasar os pagamentos a um clube alinhado com o Benfica, e vice-versa”, salientava também Piriquito, concluindo que “estas coisas nunca se podem escrever, só dizer e com pouca gente a ouvir“, transcreve a Sábado.
ZAP // Lusa