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Espanha sem Governo. Investidura de Pedro Sánchez falhou

Kiko Huesca / EPA

Pedro Sánchez falha segunda tentativa de ser reconduzido como primeiro-ministro. Depois do PSOE ter recusado a proposta de última hora de Iglesias, a coligação Unidas Podemos escolheu abster-se na votação.

O Parlamento espanhol chumbou esta quinta-feira, pela segunda vez esta semana, a recondução como primeiro-ministro do socialista Pedro Sánchez, que agora tem até setembro para fazer uma nova tentativa, antes da marcação de eleições antecipadas para novembro.

Na segunda votação de investidura, que teve lugar ao início da tarde desta quinta-feira, Sánchez recebeu o apoio de 124 deputados, o voto contra de 156 e a abstenção de 66.

Antes da sessão de investidura, Unidas Podemos já desvendava que os dois partidos não tinham chegado a consenso ao anunciar que se iriam abster. Mesmo depois de Pablo Iglesias ter dado um passo atrás e fazer uma proposta de última hora, o PSOE quis manter a anterior e por isso o Podemos acabou por cumprir a ameaça e absteve-se, impossibilitando desta forma a investidura de Sánchez.

Segundo o El País, as exigências de Iglesias revelaram-se inaceitáveis para a coligação. Os socialistas alegaram, nessa altura, que ceder à vontade de Iglesias significaria criar dois governos dentro do Executivo.

Uma fonte da coligação, Ione Belarra, explicou que o PSOE não se demonstrou disposto a oferecer ao Podemos competências nas áreas do Trabalho, das Finanças, da Transição Ecológica ou mesmo da Igualdade, áreas que Iglesias teria vindo a alegar como pontos de encontro para chegar a acordo. Ainda assim, Belarra deu sinais de esperança, e alegou que haveria ainda tempo para continuar a negociar até setembro.

PSOE e Unidas Podemos estiveram em braço-de-ferro até ao último momento, às 14h30 (13h30 de Lisboa) a tentar chegar a um acordo que permitisse o primeiro executivo de coligação em Espanha desde a Guerra Civil de 1936-1939, avança a TSF. Pedro Sánchez só teria de obter dos outros partidos mais votos positivos do que negativos, o que acabou por não acontecer.

No Twitter, o PSOE já reagiu. A culpa, escreve, é do Unidas Podemos que “voltou a impedir um governo progressista e de de esquerdas”.

https://twitter.com/PSOE/status/1154388038316961792

O rei, Felipe VI, terá agora de decidir se vai voltar a convidar o primeiro-ministro do executivo de gestão para ser candidato a ser investido, o que deverá acontecer, visto Sánchez ser o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o mais votado (28%) nas eleições de 28 de abril e o único que pode ser bem sucedido nessa tarefa.

O Parlamento espanhol já tinha recusado na terça-feira, numa primeira votação, a investidura de Pedro Sánchez por 170 votos contra, 124 a favor e 52 abstenções. Na segunda volta, hoje, Sánchez apenas precisava de ter mais votos a favor do que contra (maioria simples), com os deputados da extrema-esquerda a serem essenciais para a investidura de Sánchez.

A votação de terça-feira iniciou um período de dois meses – até 23 de setembro – em que ainda é possível formar um novo executivo, antes da dissolução do parlamento e a convocação de novas eleições, que se realizariam a 10 de novembro próximo.

Se isso acontecer, seria a quarta vez em quatro anos que os espanhóis seriam chamados a votar para o parlamento.

ZAP //

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