Um tribunal espanhol concedeu hoje liberdade condicional ao escritor turco-alemão Dogan Akhanli, detido no sábado em Espanha a pedido de Ancara, anunciou na rede social Facebook o seu advogado, Ilias Uyar.
“A batalha valeu a pena”, escreveu o advogado, precisando que o escritor “foi libertado na condição de ficar em Madrid”. Dogan Akhanli foi detido no sábado de manhã, em cumprimento de um mandado de captura internacional emitido a pedido das autoridades turcas, num hotel do centro da cidade de Granada onde se encontrava hospedado,
O escritor reside há mais de 20 anos na Alemanha e é um conhecido ativista dos direitos e liberdades fundamentais na Turquia, onde já esteve preso e foi julgado por acusações fictícias. O seu historial de perseguição pelas autoridades turcas é longo e público.
Depois de absolvido em 2010 por um tribunal de Istambul das acusações de pertencer a uma organização política subversiva e participação num assalto à mão armada e num homicídio, o tribunal de recursos de Ancara reuniu-se em 2013 para reverter o veredito e reabrir o caso, chamando o tribunal de Istambul a confirmar a sua decisão ou alterá-la.
O juiz adiou diversas vezes a decisão sobre o caso, mas emitiu um mandado de captura internacional para Dogan Akhanli, um cidadão alemão, protegido pela lei alemã – uma medida cujo único propósito foi mantê-lo afastado do seu país natal.
O escritor comentou na altura ter sido essa a sua experiência quando, em agosto de 2010, viajou para a Turquia, na esperança de conseguir visitar o pai moribundo: foi detido no aeroporto, metido na prisão, ali mantido durante meses e impedido de ir ao funeral do pai.
// Lusa