Esforços do Governo para o hidrogénio verde sem eco em Bruxelas

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Mário Cruz / Lusa

Num relatório recente, Comissão Europeia aconselha Portugal a concentrar-se apenas nas interligações de eletricidade, deixando as interconexões de gás com França à responsabilidade de Espanha.

No final do Conselho Europeu da última semana, António Costa anunciou estarem “desbloqueados os condicionalismos” que têm impossibilitado o “investimento essencial” no transporte de energia na Península Ibérica, nomeadamente o terceiro gasoduto desde Portugal até Espanha, o qual permitiria o transporte de gases renováveis.

No entanto, aponta o Público, numa fase em que a União Europeia está apostada em diversificar as suas fontes de energia limpa para diminuir a dependência face a fornecedores externos (com especial destaque para a Rússia), os planos portugueses parecem não estar no topo da lista de prioridades. O jornal analisou o pacote de Primavera do Semestre Europeu, onde é possível denotar que para a Comissão Europeia o potencial do país parece circunscrever-se à eletricidade renovável.

Em causa estão programas que permitirão aos Estados-membros reduzir a dependência dos combustíveis fósseis através de reformas e investimentos resultantes do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) e o RePower EU.

Na parte referente à situação portuguesa, as recomendações centra-se no desenvolvimento das interligações de eletricidade, em oposição ao que acontece com Espanha, onde o executivo comunitário aconselha o país a apostar nas interconexões de gás com França, as quais, aponta, podem “constribuir para diversificar o abastecimento de gás no mercado interno e para aproveitar a longo prazo o potencial do hidrogénio renovável”.

Confrontado com estas abordagens distintas, o Ministério do Ambiente e Ação Climática remeteu para a Comissão Europeia qualquer responsabilidade pela elaboração dos relatórios, assim como as respetivas “conclusões/recomendações”. No esclarecimento dado ao Público, reforçou que Portugal “já deixou claro”, através do Plano Nacional de Energia e Clima, da Estratégia Nacional para o Hidrogénio e de “interações várias com a Comissão Europeia, que quer, e terá, um papel de grande relevo no mercado europeu de hidrogénio”.

ZAP //

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