A escritora turca Asli Erdogan, acusada de terrorismo no seu país, foi esta terça-feira galardoada com o prémio Bruno Kreisky dos Direitos Humanos, atribuído por uma fundação austríaca em honra do antigo chanceler social-democrata.
Asli Erdogan recebeu o prémio pelo seu “destacado serviço pelo desenvolvimento e pela proteção internacional dos direitos humanos”, anunciou a Fundação Bruno Kreisky na sua página eletrónica.
Nos seus livros, a escritora turca investiga e refere-se ao “sofrimento e à injustiça”, acrescentou a organização.
No seu anúncio, a fundação recorda que a escritora está a ser julgada no seu país por quatro crimes diferentes, incluindo um relacionado com os seus artigos jornalísticos e à sua pertença ao conselho assessor de um jornal pró-curdo.
Acusada de ligações à guerrilha curda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Erdogan foi detida em agosto e libertada sob fiança em dezembro, com a proibição de viajar para o estrangeiro.
“A entrega do prémio Bruno Kreisky de Direitos Humanos à escritora Asli Erdogan também serve como símbolo contra as restrições maciças dos Direitos Humanos”, escreve a fundação.
Erdogan, que estudou Física e Informática, também trabalhou como investigadora no Centro Europeu de Física de Partículas (CERN) em Genebra.
Entre os jurados, que foram unânimes, contam-se Manfred Nowak, que foi relator especial da ONU para a Tortura, o ex-chanceler austríaco Franz Vranitzky e o ex-ministro checo Karl Schwarzenberg.
O prémio, atribuído a cada dois anos em honra de Bruno Kreisky, que morreu em 1990, foi entregue a personalidades como o maestro Daniel Barenboim e o seu projeto West-Eastern Divan Orchestra, ou o ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.
// Lusa