“Escravo gay infiel”. Estado Islâmico dá cartão vermelho a Ronaldo

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Grupo islâmico tem no regime saudita um dos seus principais adversários. Não é a primeira vez que Ronaldo é um dos visados nas campanhas de ódio. 

O reconhecimento e visibilidade que o Al-Nassr e o futebol da Arábia Saudita conquistaram com a chegada de Cristiano Ronaldo não estão a agradar a todos os árabes.

Depois de em 2018 já terem ameaçado o jogador português e Lionel Messi, membros do Estado Islâmico classificaram agora Cristiano como um “escravo gay infiel“.

A mensagem foi publicitada no Telegram, canal usado pelo grupo na disseminação das suas ideias, avança o La Razón.

Em causa não está a nacionalidade ou o estilo de vida do português — claramente oposto ao defendido por aqueles que têm uma interpretação mais extrema do islão —, mas sim o regime saudita, um dos principais inimigos do grupo.

A transferência de Cristiano Ronaldo foi oficializada a 30 de dezembro, com um contrato de duas épocas e que prevê um papel de embaixador da candidatura da Arábia Saudita ao Mundial de 2030. No total, o português poderá receber 200 milhões de euros, da parte do clube saudita.

As quantias avultadas da transferência, assim como o desrespeito pelos direitos humanos na Arábia Saudita motivaram fortes críticas ao antigo jogador de Sporting, Manchester United, Real Madrid e Juventus, que na apresentação oficial fez questão de as rebater.

“É uma boa oportunidade para ajudar a melhorar tantas coisas. Até do ponto de vista das mulheres. Muitas pessoas não sabem, mas o Al-Nassr tem uma equipa feminina”, afirmou.

Visado desde 2018

Já em 2018, a propósito do Mundial de 2018, na Rússia, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi figuravam num cartaz desenhado por membros do Estado Islâmico, onde apareciam a ser decapitados em pleno relvado de um estádio de futebol, repleto de adeptos nas bancadas.

A imagem foi encontrada na dark web, através da empresa de inteligência digital Sixgill. “O chão vai encher-se com o vosso sangue“, podia ler-se no cartaz.

Também em 2017, Cristiano Ronaldo surgiu num cartaz do grupo com um olho negro, acompanhado de um terrorista de faca na mão.

Ana Rita Moutinho //

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