A escolha de Biden para suceder a Breyer no Supremo será uma mulher negra — e há já três candidatas prováveis

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Gage Skidmore / Wikimedia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

Biden prometeu que vai escolher a primeira mulher negra para o Supremo Tribunal dos EUA, e já fez saber que vai cumprir a promessa. Ketanji Brown Jackson, Leondra Kruger e J. Michelle Childs são as favoritas.

Com a saída de Stephen Breyer do Supremo Tribunal dos Estados Unidos por se reformar, Joe Biden vai ter agora a oportunidade de nomear uma mulher negra e cumprir uma promessa eleitoral, ao mesmo tempo que reforça a ala liberal do tribunal a longo prazo, dado que o cargo é vitalício.

A ideia é aproveitar enquanto os Democratas têm o controlo garantido do Senado, antes das eleições intercalares de Novembro, já que as escolhas do Presidente têm de ser aprovadas pelos Senadores.

Mitch McConnell, actual líder da minoria Republicana no Senado e antigo líder da maioria, tem um historial de bloqueios às escolhas de Barack Obama e já fez saber que fará o mesmo a Joe Biden caso volte a controlar esta Câmara.

Já é uma tradição que o partido do Presidente perca votos nas eleições intercalares e dada a popularidade em baixa de Joe Biden, o cenário de que os Democratas perdem o Senado para os Republicanos não é uma realidade distante e o chefe de Estado tem de agir rápido.

A escolha de uma nova juíza também está a entusiasmar a base do partido, especialmente na ressaca das sucessivas derrotas na luta pela aprovação do pacote Build Back Better e das duas leis de reforma eleitoral, pelo que a nomeação pode dar uma ajuda de que Biden tanto precisa nas sondagens.

A vice de Biden, Kamala Harris, também vai ajudar o chefe de Estado na escolha, tendo ela própria um passado como Procuradora-Geral da Califórnia. Biden já confirmou que vai mesmo escolher uma mulher negra e, posto isto, os media norte-americanos já estão a falar em três possíveis nomes que podem substituir Breyer no Supremo, como nota a CNN.

Ketanji Brown Jackson

A juíza Ketanji Brown Jackson tem sido apontada como a favorita, especialmente porque esta não seria a primeira vez em que Biden a promove, depois de no ano passado a ter nomeado para o Tribunal de Recurso do Distrito de Columbia, o segundo tribunal federal mais poderoso nos EUA.

A juíza de 51 anos têm também experiência no Tribunal Federal de DC e a sua promoção anterior significa que já passou por um processo detalhado de candidatura  antes da escolha, que incluiu uma investigação do FBI e uma entrevista com o próprio Joe Biden.

Ketanji Brown Jackson também trabalhou no escritório do seu provável antecessor, Stephen Breyer.

Leondra Kruger

Agora com 45 anos, Kruger tornou-se a mulher mais jovem a ser nomeada para Supremo Tribunal da Califórnia quando o então Governador Jerry Brown a escolheu em 2014.

O Supremo Tribunal também não lhe é um ambiente desconhecido, visto que já trabalhou no escritório do entretanto falecido juiz John Paul Stevens e que serviu como solicitadora geral durante a administração Obama, em que Biden foi vice-presidente, tendo representado o Governo em 12 casos.

No Departamento de Justiça, já foi honrada com dois prémios pelo seu trabalho em 2013 e 2014. No Supremo da Califórnia, já esteve envolvida em casos mediáticos, tendo decidido que a polícia não pode revistar a mala de uma mulher sem um mandato e também defendido a lei que obriga as autoridades a recolher amostras de AND e impressões digitais a todos os detidos ou condenados por crimes.

J. Michelle Childs

A actual juíza do Tribunal Federal da Carolina do Sul tem uma grande vantagem por ter o apoio de Jim Clyburn, um whip da Câmara dos Representantes e grande aliado de Biden, tendo o seu apoio sido importante na vitória do então candidato presidencial nas primárias Democratas no estado contra o Senador Bernie Sanders.

Tal como Ketanji Brown Jackson, J. Michelle Childs também já foi promovida por Joe Biden para o Tribunal de Recurso do Distrito de Columbia, apesar da nomeação ainda estar pendente devido às verificações que são necessárias. Caso seja a escolhida, o salto para o Supremo seria mais rápido por esta razão.

Oito dos nove juízes do Supremo formaram-se nas Universidades da Ivy League, como Harvard, Princeton ou Yale, mas Childs distingue-se por ter estudado em escolas públicas, o que pode ser uma vantagem por ajudar a desfazer a imagem de que o Partido Democrata é elitista.

Outros nomes que têm sido falados são de Sherrilyn Ifill, uma advogada dos direitos civis; Anita Earls, juíza do Supremo Tribunal da Carolina do Norte ou Wilhelmina Wright, juíza do Tribunal Federal do Distrito no Minnesota.

Eunice Lee ou Candace Jackson Akiwumi, tendo ambas já sido promovidas por Biden, também são nomes em cima da mesa.

Adriana Peixoto, ZAP //

6 Comments

  1. Quando a cor da pele é o método/incentivo principal na tomada de uma decisão..
    Independentemente de quem sai beneficiado, outrora seria considerado racismo..

  2. Portanto, o primeiro critério de escolha é que seja uma mulher negra. Depois logo se vê o que se arranja. Dito isto, racismo e sexismo é o que move a América, desde a cúpula.

  3. O Miguel e o Estrumadura não só mostraram as suas convicções como tb mostraram que não percebem a importância deste tipo de nomeações nos EUA. E tb não devem saber ler, senão, tinham lido que as mulheres em causa não só têm competências para o cargo como têm de cumprir determinados requisitos. Parabéns a ambos..

  4. Aqui está o verdadeiro racismo.
    Aqui está o verdadeiro sexismo….

    Escolher pessoas pela cor ou sexo, a verdadeira discriminação…

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