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Escola desmente processo contra aluna que filmou lagarta em refeição

A direção da escola de Braga onde foi filmada uma lagarta numa refeição servida na cantina negou ter instaurado um processo disciplinar à aluna que divulgou o vídeo, mas a mãe da estudante mantém a existência do processo.

Segundo fonte do Ministério da Educação adiantou à Lusa, “de acordo com informação prestada pela direção da Escola Básica 2/3 André Soares aos serviços do Ministério da Educação, não foi aberto qualquer processo disciplinar à aluna em causa“.

Confrontada com aquela informação, a mãe da aluna confirmou à Lusa ter sido chamada à escola para ser informada de que a filha estaria a ser alvo de um processo disciplinar, “tendo mesmo sido sugerido o castigo final” a aplicar.

“Eu fui duas vezes à escola para falar com a direção sobre isto. Fui recebida pela direção de turma e pela subdiretora porque a diretora estaria fora. Foi-me dito que a minha filha tinha que perceber o que fez, que agiu mal e que o que fez teve consequências”, explicou Elisabete Lopes.

A mãe da estudante de 14 anos explicou que lhe foi sugerido que a filha “fosse os dois dias de suspensão que lhe seriam aplicados na cantina de uma instituição para aprender como funciona uma cozinha”. Elisabete Lopes garantiu ainda que falou com a diretora da escola sobre o processo e sobre todo o episódio.

“A senhora diretora explicou-me que a minha filha tinha infringido o regulamento da escola e que tinha que perceber que isso tinha consequências. Foi-me sempre dito que estava a correr um processo disciplinar”, disse.

Na sexta-feira, a Associação de Pais e Encarregados de Educação da André Soares denunciou que tinha sido instaurado um processo disciplinar à aluna que divulgou o vídeo de uma lagarta no prato de refeição servido na cantina.

Em declarações à Lusa, a presidente daquela associação, Dulce Campos, explicou que a mãe da estudante em causa foi chamada à escola para lhe ser comunicado que a filha seria alvo de um processo disciplinar, por ter partilhado um vídeo filmado no estabelecimento de ensino, o que será proibido pelo regulamento interno da instituição.

“A encarregada de educação da aluna que partilhou o vídeo na página pessoal do Facebook foi chamada à escola para a informarem que está a ser instaurado um processo disciplinar. Os contornos ainda não sabemos“, adiantou Dulce Campos.

A responsável disse esperar “que o desfecho seja positivo”, lembrando que está em causa “uma situação verdadeira, que toda a gente assumiu“, incluindo a direção da escola e a empresa que confeciona as refeições servidas na cantina.

“É verdade que o regulamento proíbe aquela divulgação, mas está em causa um bem maior. As denúncias e queixas sobre a qualidade das refeições têm sido muitas desde o início do ano, o que não é compreensível”, disse.

Na terça-feira começou a circular um vídeo na rede social Facebook que mostrava uma lagarta viva no prato de uma refeição servida na cantina da André Soares, uma situação que a direção da escola classificou como “reflexo” da “falta de funcionários” na empresa que ali serve refeições.

// Lusa

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