Apenas os 1.º e 2.º escalões do abono de família irão beneficiar dos aumentos prometidos por Costa

No domingo, Costa anunciou o alargamento das medidas de combate à pobreza infantil, mas o Governo só pretende mexer nos dois primeiros escalões, ou seja, nos agregados com escalões de rendimento mais baixos.

No encerramento do 23º Congresso do PS – que se realizou no último fim de semana, em Portimão – António Costa aproveitou para enumerar algumas medidas de combate à pobreza.

Uma das promessas feitas pelo primeiro-ministro passa pela subida do abono. “Iremos alargar as medidas de combate à pobreza ao longo dos próximos dois anos a todas as crianças, independentemente da sua idade”, referiu.

De recordar que o abono, destinado a compensar os encargos familiares com o sustento e educação das crianças e jovens, está organizado em quatro escalões de rendimento. O valor atribuído tem sempre em conta o tipo de família, o tamanho da fratria e a idade das crianças.

Contudo, passados dois dias do discurso de Costa, o Público noticia agora que apenas irão beneficiar de uma mexida, as famílias que se encontram a viver nos agregados do 1.º e 2.º escalão do abono de família.

No primeiro escalão estão famílias que vivem numa situação de pobreza extrema, contando com um rendimento de referência igual ou inferior a 3071,67 euros por ano.

Já no segundo escalão encontram-se pessoas que estão numa situação de pobreza, vivendo com 3071,67 a 6143,34 euros por ano.

De acordo com o mesmo jornal, no primeiro escalão, o abono fica-se pelos 149,85 euros até aos 36 meses, 49,95 entre os 36 e os 72 meses e 37,46 a partir daí.

Por sua vez, no segundo escalão, o abono é de 123,69 até aos 36 meses, 41,23 entre os 36 e os 72 meses e 30,93 a partir daí.

António Costa garantiu que “as crianças entre os 3 e os 6 anos que estiverem em condição de pobreza, de pobreza extrema, e que hoje só recebem entre 41 e 50 euros, nos próximos dois anos chegarão aos 100 euros”, acrescentando que “as que têm mais de 6 anos passam dos 37 ou 31 para 50 euros”.

O primeiro-ministro qualificou a pobreza infantil de “chaga inaceitável numa sociedade decente”, assumindo ainda o compromisso de “erradicar a pobreza infantil no país”.

Além desta medida, o discurso do líder dos socialistas ficou também marcado pela promessa de apoios para os jovens, sobretudo no que diz respeito ao combate contra a precariedade, e ainda para estimular a natalidade.